Categoria: Abrindo a caixa

Aqui estão as primeiras impressões deixadas pelos games. Coisas como a forma com a qual ele te ensina as mecânicas do jogo, se o tutorial está inserido na história, o tom da narrativa, trilha sonora e a parte visual.

  • The Long Dark – um ensaio sobre a solidão e a finitude

    The Long Dark – um ensaio sobre a solidão e a finitude

    Recentemente, me aventurei na difícil missão de abrir o catálogo da Playstation Store e escolher um jogo para passar o tempo. A tarefa, que deveria ser fácil, pode ser especialmente desafiadora para gamers indecisos como eu. Às vezes, o excesso de opções nos faz parecer um pouco ingratos, já que não é raro deixarmos passar quase despercebidos jogos que podem nos proporcionar momentos divertidos.

    Desta vez em específico tive sorte, já que me deparei com o jogo da desenvolvedora do oeste canadense Hinterland Studio, chamado The Long Dark. O título não é novo, foi lançado em 2014, há quase dez anos, e traz a história de William Mackenzie, piloto de avião no gélido deserto canadense. O game conta com duas opções de jogo, o modo história e o sandbox. Sendo este último o modo que mais investi meu tempo, e, portanto, será o foco deste texto.

    Ademais, vale ressaltar que o jogo foi inicialmente lançado apenas com o sandbox, sendo que o modo história foi adicionado quase três anos depois de sua estreia, deixando a impressão de que não era a prioridade da desenvolvedora.


    O game é ambientado ao norte do Canadá, em uma região inóspita e com escassez de recursos, em que praticamente só se vê neve e gelo. The Long Dark e a solidão são inseparáveis. Podemos escolher um dos doze mapas iniciais disponíveis (que se interligam a medida em que o mapa é explorado), tendo um objetivo claro: o de sobreviver o máximo de tempo que puder, mas com a consciência de que o fim te espreita, sendo que flertamos com ele a todo momento.

    O arrependimento e o frio como companhia

    Um fator interessante no jogo é que a morte do personagem é permanente, e as ações tomadas são todas sem possibilidade de arrependimento. Aliás, me desculpe, o arrependimento não só é possível, como é também presença constante, o jogador somente não tem a opção de se valer de um checkpoint e refazer seus últimos atos.

    Esta dinâmica torna tudo mais interessante. A primeira vez que joguei, confesso, me senti agoniado. A visão inicial é do gelo e mais nada. Não há tutorial ou itens para ajudar na jogatina. O jogador nasce em local aleatório do mapa e tem que sobreviver. Simples assim.

    O principal inimigo do jogador é o frio, além dos animais que dividem o espaço com você. Isso é o suficiente para aniquilar qualquer pessoa sem superpoderes. Os lobos e ursos que habitam o local estão em busca de alimento, e deixam claro, a cada encontro, que você está certamente abaixo deles na cadeia alimentar, escancarando a vulnerabilidade do nosso personagem.

    Durante a campanha é possível se ambientar melhor com a mecânica, os comandos e os recursos que aos poucos são descobertos no mapa. Tudo é sutil, efêmero e pode passar batido pelos olhos dos jogadores mais desatentos.

    Contudo, não acredito que jogadores desatentos consigam explorar bem o game. Cada detalhe pode fornecer ao jogador um suspiro de vida. Um graveto que você encontra agora, pode servir de valioso combustível para a fogueira que propiciará sobrevida ao personagem. Um saquinho de chá escondido num caixote velho dentro de uma cabana abandonada pode aquecer o jogador e livrá-lo do sempre presente risco de hipotermia.

    The Long Dark e a solidão

    O jogo é um ode à solidão, e deixa um sabor agridoce justamente por esta razão. A imensidão branca e agressiva do gelo quase faz emergir um grito de socorro no início da gameplay, um clamor para ter alguém para partilhar essa saga que leva a lugar nenhum.

    Porém, é interessante como aos poucos nos acostumamos com esta condição. O ambiente gelado e infinito se incorpora na existência do personagem, nos fazendo compreender que o que nos resta às vezes somos nós mesmos e a vontade de seguir rumo ao imponderável final.

    Esta é, inclusive, outra característica marcante do jogo. O fim está sempre rondando a cabeça do jogador. Não importa o quão bom você seja, não tem vitória, final triunfante e créditos após terminar a história. Neste modo sandbox não há esta opção. O jogo nos convida a perder, seja agora ou daqui a pouco.

    Sempre que jogo The Long Dark me encontro com esta parte de mim que o título conseguiu fazer florescer tão bem, com a certeza de que no trajeto o fim é sabido e inevitável, mas que o que vale mesmo são as experiências que acumulamos. Talvez seja essa a proposta do jogo pra mim. Em conclusão, trajeto vale mais que tudo.


  • Karma: O mundo sombrio – demo

    Karma: O mundo sombrio – demo

    Na última Steam Vem Aí joguei a demo de Karma The Dark World ( Karma O mundo sombrio ) e fiquei ainda mais intrigado com o game. Escolhi essa demonstração depois de ter me interessado pelo jogo após ver um de seus trailers. E confesso todas as minhas expectativas foram superadas após os cinquenta minutos em explorei um pedaço daquele mundo.

    A desenvolvedora Pollard Studio produziu e a Wired Productions vai distribuir o game que e também será lançado para Playstation 5 e Xbox X. Na pagina do game ele é descrito assim: “Karma: o Mundo Sombrio é um jogo de suspense psicológico cinemático em primeira pessoa, ambientado num mundo distópico e dominado pela Leviathan Corporation. O ano é 1984, o lugar é a Alemanha Oriental e as coisas não são bem o que parecem.

    Na demo encarnamos Daniel, um agente da Leviathan que acaba de acordar na cama de um quarto do que poderia ser um hospital. Ele não sabe onde está e nem o que está fazendo ali. A qualidade do universo criado, texto e a dublagem me prenderam desde o começo do game.

    Ao avançar e ver um pouco mais no mundo me deparei com questões sobre poder de grandes corporações, sobre a mente humana e o que define a realidade. O terror psicológico que encontrei aqui não decepciona e por isso saio da demo com inúmeras questões e bastante empolgado para encontrar as respostas quando o game for lançado.

    Karma O mundo sombrio ainda não tem data de lançamento definida. E por isso você deveria adicionar o game a sua lista de desejos para ser avisado quando o momento chegar. A demo ainda está disponível e ela já vale a pena só pela musica que toca no final.

  • Keep Driving – deixe a estrada te levar

    Keep Driving – deixe a estrada te levar

    Quem ama a estrada sabe que a viagem é mais sobre o caminho que o destino. E quem vos escreve adora cicloviagem e compartilha deste pensamento. Por isso, fui imediatamente fisgado por um game celebra a vida na estrada. Keep Driving une RPG e gerenciamento com combate por turnos para entregar uma aventura bem interessante.

    Eu joguei a demo do game que estava disponível no Steam Vem Aí de Outubro, e fiquei muito animado. Nela é inicio dos anos 2000 e você encarna o papel de estudante em suas férias de verão que decide visitar um antigo amigo que mora distante para jogar videogame.

    Para isso, você pega o Sedan 1981 de seus pais emprestado e deve chegar ao destino em até seis dias. Cruzando o mapa e fazendo o trajeto que quiser, com toda a liberdade para decidir dar ou não carona, fazer trabalhos temporários ou explorar trilhas a pé quando encostar em alguma cidadezinha.

    Na estrada

    Eu fiquei impressionado em como o game conseguiu entregar uma identidade própria e que dialoga muito bem com sua premissa. Exploramos um lindo mundo em pixel art com uma excelente trilha sonora (a rádio do carro) que é composta por bandas indies suecas.

    Enquanto dirigimos pelas estradas aparecem eventos que podem ser apenas reflexões de nosso protagonista, em que devemos escolher uma resposta e isso pode gerar alteração dos status. Ou, eventos que geram “combates” como buracos na pista, trator adiante ou objeto na estrada.

    Loja-Keep-Driving Keep Driving - deixe a estrada te levar

    Combate e gerenciamento

    É estranho chamar de combate a situação de estar atrás de um trator na rodovia, mas jogando isso faz muito sentido. O combate em Keep Driving é feito por turnos e envolve o uso de habilidades e recursos como combustível, energia do motorista e itens.

    Em seu turno você também pode usar as habilidades da galera que está de carona em seu carro. Os danos sofridos podem impactar não só a integridade do carro, mas também o nível de combustível ou o motorista.

    E é aí que as coisas começam a complicar porque é preciso administrar o combustível, o dinheiro, a integridade do carro e as condições do motorista. Porque se qualquer um deles chegar a zero perdemos o jogo.

    Posto-Keep-Driving Keep Driving - deixe a estrada te levar

    Keep Driving une RPG e gerenciamento com combate por turnos para entregar uma aventura que me deixou ansioso para a versão final do jogo. O estúdio sueco Y/CJ/Y ainda não definiu a data de lançamento do jogo. Eu já botei o game na minha lista de desejos e se fosse você o manteria em seu radar também.

  • Arizona Sunshine Remake

    Arizona Sunshine Remake

    A Vertigo Games lança hoje o remake de um dos grandes jogos de zumbi em realidade virtual. Arizona Sunshine Remake está disponível nas principais plataformas VR, PSVR2, Meta Quest e Steam VR. E promete elevar o patamar do premiado game original com gráficos e combate melhores, além do modo multijogador para até 4 jogadores.

    primeiros 15 minutos de Arizona Sunshine Remake

    A versão de 2017 já era uma das que mais gostava no primeiro headset de realidade virtual da Sony. Por isso, o simples fato de deixar os controles confusos da geração passada já valia o investimento para mim. Como eu já tinha a versão de Playstation 4 o upgrade para a versão de PS5 custou apenas U$10 (R$54). O remake inclui todas as dlcs lançadas no jogo original e diversas melhorias.

    Joguei o game há pouco e a primeira impressão é muito boa. Os gráficos realmente condizem com a geração atual, o combate e os controles são melhores e o sistema de desmembramento dos zumbis deixa a coisa mais interessante e sangrenta.

    É possível fazer toda a campanha com um outro jogador, o que me parece uma boa ideia já que ela não é tão longa assim. Há também o modo Horda que oferece suporte para até quatro jogadores. Mas não se engane, o nível de dificuldade e de fome dos zumbis de acordo com o número de jogadores no modo multijogador.

    Dá para esquecer?

    Eu gosto muito da história de uma das dlcs e confesso que gostaria de poder joga-la pela “primeira vez” novamente, porque o plot twist no final me deixou impressionado quando joguei a versão original no ps4.

    Nos próximos dias vou refazer a campanha e as dlcs, além de jogar o modo multijogador para trazer a análise completa de Arizona Sunshine Remake.

    Fiquem ligados, logo mais tem o review completo aqui!

  • Tower defense para realidade virtual – Encircled

    Tower defense para realidade virtual – Encircled

    Encircled é um tower defense para realidade virtual que te coloca no papel de uma espécie de guardião espiritual supremo. O game, desenvolvido pela Core Strand, está disponível para os headsets Meta Quest e Playstation VR 2 por dez dólares ou pouco mais de cinquenta reais.

    Em minhas primeiras impressões de Encircled no PSVR2 o jogo demonstrou uma enorme quantidade de camadas estratégicas. Seus guerreiros tem habilidades distintas com forças e fraquezas e podem ser melhorados ao longo das batalhas.

    Para poder adicionar guerreiros ou aprimora-los no mapa é preciso gastar “almas”, que é basicamente a moeda do jogo. Conseguimos mais almas ao destruirmos inimigos durante as ondas. Ao jogar no nível mais fácil, uma partida tem 20 ondas, enquanto no nível padrão são 40 ondas.

    Exército da natureza

    A nossa disposição temos diversos guerreiros disponíveis para impedir os inimigos invadam e cruzem o nosso mapa. O que me chamou atenção aqui é que nosso exército temos animais como: furão, capivara, águia, raposa e tartaruga. O que achei um pouco inesperado, mas de alguma forma condizente com a ambientação e trilha sonora do jogo, toda inspirada no lance do poder da natureza.

    Eu confesso que não costumo jogar tower defense para realidade virtual, então tenho pouca margem para comparação, mas minha impressão foi boa. A parte gráfica simplista não me empolgou. Mas fiquei surpreso com a quantidade de possibilidades e camadas a serem dominadas para vencer o game.

    Além disso, tem o detalhe importante e que diferencia esse game em VR que é a possibilidade de eu, em primeira pessoa, atacar os inimigos com minhas próprias mãos. Temos uma quantidade limitada de energia, e podemos usa-la para atacar os inimigos, como se fossem raios mágicos. Podemos atribuir um atributo elemental ao nosso ataque uma vez que os inimigos podem ser vulneráveis ou imunes a determinados elementos.

    Encircled tem muitas camadas e me parece demandar algum tempo até assimilarmos todas as suas camadas estratégicas. Meu principal incomodo é que o game não te diz tudo, e é preciso aprender algumas coisas na prática, o que pode gerar alguma frustração. Mas para quem quer a estratégia de tower defense para a realidade virtual num preço acessível este indie game pode ser uma opção.

    Eu testei o game para estas primeiras impressões na versão do PSVR2. Agradeço aos desenvolvedores por enviarem uma cópia do game para avaliação.

  • Snow Scout chega ao  PSVR2

    Snow Scout chega ao PSVR2

    Lançado dias atrás, Snow Scout chega ao Playstation VR 2 e promete entregar uma aventura em esquis para a realidade virtual. O game mostrou algumas semelhanças com o aclamado indie Firewatch em seus trailers. Por certo eu estava ansioso para jogar e deixar aqui as primeiras impressões de Snow Scout no PSVR2.

    O jogo começa nos situando na história até ali. Você teve anos muito difíceis e decide que precisa de um tempo para se reestabelecer. Encontra em uma vaga de trabalho voluntário e solitário a oportunidade de escapar e se reconectar consigo mesmo fazendo voto de silêncio.

    A caminho da região da estação de esqui no teleférico recebemos orientações sobre o game. O personagem do jogo dá informações sobre o que está no jogo e também fora dele. As configurações de conforto do game e a recomendação para que eu me comportasse como faria na vida real e não como um “gamer”, são exemplos disto.

    A relação com Veronika

    Chegando ao local em que você passará os próximos sete dias somos apresentados a Veronika ou “Vreni”. Ela é sua superior e irá lhe instruir sobre o trabalho. O estúdio alemão Tunermaxx utiliza o mesmo esquema de Firewatch, a conexão por um rádio (walkie-talkie) como única forma de contato com a outra personagem.

    E primeiro lugar sou a introduzido ao meu equipamento: o óculos de realidade aumentada que me dá informações virtuais sobre as áreas e pistas de esqui. Uma mochila, muito próxima da que conhecemos em TWD Saints & Sinners. E um tablet que concentra o log de diálogos, opções do game, informações sobre missões e também serve para fotografar pássaros.

    Depois Vreni me dá instruções para que eu aprenda a esquiar e me deslocar na neve. Felizmente Snow Scout vai ensinando o que é preciso de forma orgânica e integrada a narrativa. Isto ajuda a não quebrar a imersão e reforça a proposta dos desenvolvedores de vivenciarmos o jogo como nós mesmos.

    Imersão nas alturas

    Esquiar demanda energia na vida real! Afinal ao invés de apenas apertar botões para se movimentar é preciso fazer grandes movimentos com os braços, simulando os movimentos reais de esquiar. Essa é uma das vantagens de estar “dentro” do game em realidade virtual (VR). A sensação de estar deslizando na neve morro abaixo e poder girar minha cabeça na direção do barulho de um passarinho é muito legal e imersiva.

    Nas primeiras impressões de Snow Scout no PSVR2 vi uma parte das tarefas que farei ao longo dessa semana de silêncio e neve. Abrir e testar as pisas de esqui, garantir que a área seja segura para turistas, reciclar lixo, observar pássaros, ouvir Vreni e cortar lenha para aquecer a cabana onde passo a noite. Eu adorei este primeiro contato e não vejo a hora de voltar para o meu retiro nos Alpes.

    primeiras impressões de Snow Scout no PSVR2
  • Primeiras impressões de Dead Second no PSVR2

    Primeiras impressões de Dead Second no PSVR2

    Neste final de semana consegui jogar Dead Second, que acaba de chegar ao Playstation VR 2. O game é um um jogo de tiro e ação arcade, inspirado em clássicos dos 90 como Time Crises e Virtua Cop, e com base nas primeiras impressões de Dead Second no PSVR2, ele não fica pra trás em relação a suas inspirações.

    A desenvolvedora australiana Spunge Games, já tinha lançado Dead Second para Meta Quest e Steam VR. Agora o game chega ao headset de realidade virtual da Playstation.

    Arcade Shooter em VR

    A principal característica deste tipo de game é que temos que nos locomover no jogo de ponto a ponto. Exatamente como nas maquinas que jogávamos na décadas de 90. Isso significa que você não tem liberdade para caminhar pelo cenário. Este ponto poderia ser visto como algo exclusivamente ruim, mas em contrapartida, isso ajuda a tornar o game mais acessível para mais pessoas.

    A principal diferença deste para as referências do final do século passado é que em Dead Second você joga em realidade virtual. Em outras palavras, está “dentro” do game, e não fora apontando a arma para uma tela. Isso faz com que encontrar coberturas para se proteger durante a troca de tiros seja muito importante no jogo.

    Vibe dos anos 90

    O jogo premia o jogador com logins diários com créditos no game que podem garantir acesso a novas armas ou itens de customização. O tutorial é completo e objetivo. As opções de acessibilidade são boas e existe a opção de recarregar a arma manualmente ou de forma automática ao mirar para o chão.

    As primeiras impressões de Dead Second no PSVR2 são boas, me lembra Crisis Vrigade e de alguma forma o Operation Serpens. O game tem uma vibe de filmes e séries de ação da década de 90 e estou ansioso para jogar mais.

    primeiras impressões de Dead Second no PSVR2

  • Barbaria pancadaria e estratégia se encontram no PSVR 2

    Barbaria pancadaria e estratégia se encontram no PSVR 2

    A Playstation Store recebe hoje um game com uma proposta diferente, a Stalwart Games uniu em Barbaria pancadaria e estratégia no PSVR 2. Apenas degolar inimigos e triturar esqueletos não é o bastante. Para se dar bem é preciso uma boa dose de estratégia para montar e equipar seu reino contra os ataques dos invasores do modo multiplayer. O game que estreia hoje no PSVR2 por R$104,90, também está disponível em outras plataformas: Steam, Meta Quest 2 e Quest 3.

    Ao entrar em Barbaria você encarna um semideus bombadão e é acompanhado por um Globin que te apresenta como as coisas funcionam ali. É ele que vai introduzindo as diversas partes do game de forma competente e gradativa. E quando você se dá conta já está executando coisas bem diferentes. Como deixar momentaneamente o controle de seu campeão no meio da batalha para usar um dos poderes especiais de um semideus. E isso isso é feito com uma visão área e estratégica do campo de batalha.

    Clash of Clans encontra Swordsman VR ou Gorn

    O combate é parte essencial do game e me lembra um pouco do Swordman VR, só que de forma mais simples. Enquanto o visual está mais próximo de Gorn. A pancadaria é brutal e em primeira pessoa utilizando os controles de movimento do PSVR2. Você pode socar seus inimigos, o que é sempre uma delicia em VR. Mas pode também usar diversas armas disponíveis como machado, espada, marreta e arco e flecha. Além disso, os campeões possuem especiais diferentes e usa-los bem e no momento certo pode definir o curso de um ataque.

    A outra parte essencial é a criação de seu reino e a forma como você estrategicamente organiza suas defesas. Aqui você entra no modo Deus e vai conectando peças de reino e adicionando defesas como seu campeão, canhão, armadilha e outros monstros que se juntaram ao seu exército num esquema que lembra um jogo de tabuleiro. Cada uma dessas peças tem um custo e você tem um limite de pontos para gastar e garantir que seu reino possa se defender dos ataques que virão enquanto você estiver longe do headset.

    Barbaria conta com um modo multijogador assíncrono, a lá Clash of Clans, sempre online. Isso significa que você invadirá outros reinos mas os oponentes não estarão lá com o headset para garantir a defesa. O mesmo serve para quando seu reino for atacado outro jogador, isso só acontece quando você já tirou seu PSVR 2 e não pode participar da pancadaria, só restando a sua estratégia para defender seu reino.

    Só mais uma raid pra eu conseguir o upgrade

    Barbaria conta com muitas opções de melhorias que podem vir nos baús após os ataques ou adquiridas com os vendedores da sua fortaleza em troca de “violência” a única moeda do game. Há inúmeros itens para desbloquear, modos diferentes de batalha, armas, desafios, campeões, skins, leaderboard e muito mais.

    E é por aqui que o jogo te fisga, depois do momento introdutório você entra no loop de conseguir fazer aquele upgrade que “vai garantir” sua vitória contra os invasores. Ou ainda conseguir aquele item que você viu no replay do ataque do inimigo que o outro jogador tinha e você ainda não adicionou a sua coleção.

    Eu nunca havia me imaginado jogando esse tipo de jogo, mas confesso que esse looping que envolve obter itens e recursos na força bruta e depois usar estratégia para fazer frente aos outros oponentes é externamente viciante e novo pra mim. Não me recordo de uma proposta similar, nem no primeiro Playstation VR o que é um baita ponto para a desenvolvedora por se propor a unir em Barbaria pancadaria e estratégia no PSVR 2.

    Visual, áudio e texto

    O game não se leva muito a sério em relação a história e ambientação. O seu Goblin guia não perde uma oportunidade de dizer que ele está surpreso com sua vitória já que a expectativa sempre foi realmente muito baixa. O combate tem um lance meio exagerado e cômico as vezes. E tem ainda a surpresa na hora de customizar as cores do monstro da equipe. Ele literalmente desfila pra você ver aos olhares atentos do estilista goblin e com música de passarela tocando, completamente fora do contexto e eu adorei, 10/10.

    O game está disponível apenas em Inglês e apesar de achar que isso não irá comprometer a experiência como um todo, já que há pouco texto. As mecânicas do game são introduzidas via texto e isso pode gerar alguma frustração ao empacar em algum “tutorial” caso você não tenha nenhum conhecimento do idioma. As músicas são ótimas e de estilos variados, mas infelizmente não há dublagem.

    Conclusão

    Barbaria não só inova na proposta como entrega o que promete e por isso eu o recomendo. O game é do tipo que te dá a sensação de que é possível atingir / conquistar algo em uma sessão curta de jogo. Por isso consigo me ver visitando Barbaria por muito tempo, mesmo nos dias em que só tenho 20 minutos pra jogar. Ou ainda para intercalar entre as longas sessões de Gran Turismo 7, Saints & Sinners ou Resident Evil.

    Agradeço ao estúdio Stallwart Games pelo envio da chave do jogo para avaliação.

  • Os primeiros 90 minutos de Super Mario Odyssey no Nintendo Switch

    Os primeiros 90 minutos de Super Mario Odyssey no Nintendo Switch

    Finalmente colocamos as mãos em Super Mario Odyssey e as impressões iniciais não poderiam ser melhores. O game está muito bonito, a adição do Cappy me pareceu acertadíssima e aqueles desafios 2D numa pegada 8 bits se encaixam perfeitamente bem ao restante do game.

    O game recomenda o uso dos joy-cons separados, o único game que jogo desta forma é ARMS por conta do motion control , aqui precisei de algum tempo para me adaptar e mesmo tendo jogado mais de 90 minutos nem sempre acerto a sincronia do movimento com as mãos com o game na tela.

    Você pode conferir nossa gameplay com os primeiros 90 minutos de Super Mario Odyssey no YouTube.

  • Conhecendo Golf Story, o RPG de golf do Nintendo Switch

    Conhecendo Golf Story, o RPG de golf do Nintendo Switch

    Golf Story é uma das boas surpresas indies no Nintendo Switch. Criado pelo estúdio australiano Sidebar Games e lançado com exclusividade no final de Setembro, o game é um RPG que usa golf como tema em uma apresentação retrô linda que dificilmente passaria despercebida.

    O jogo é aventura de um cara que sonha em ser o melhor jogador de golf em um universo que encara este esporte como a coisa mais importante do planeta. A grande sacada deste game é que apesar de você efetivamente jogar partidas de golf, exatamente como manda o esporte, em boa parte do tempo você estará fazendo outras coisas que podem estar ou não relacionadas a golf como: acertar bolas de golf em determinadas áreas por um objetivo qualquer, arremessar discos (frisbiees) ou escavar locais para encontrar fosseis.

    Logo nos primeiros minutos você percebe que as pessoas na melhor das hipóteses te ignoram, mas no geral ou te acham péssimo jogador ou te odeiam por qualquer motivo. E é exatamente isto que move a quest de nosso herói, o desenrolar de sua aventura contra tudo e contra todos é feito através de uma história simples, fácil de acompanhar e com um humor leve, mas que infelizmente não está em nosso idioma.

    Agora você deve estar se perguntando: “tá, mas como eu jogo golf”. As tacadas neste game usam o mesmo esquema do clássico game Golf da era 8-bits. Ao longo de uma barra horizontal na tela um cursor se move rapidamente e é através dele que você controla a força e a precisão da tacada. Além disso, você precisa observar outras coisas como a direção do vento, inclinação do terreno, o tipo de taco e em qual parte da bola você acertará. Parece muita coisa mas é algo bem simples, com apenas algumas tentativas você logo assimila como tudo funciona.

    Você começa o game numa região / cidade chamada Wellworn Grove e terá que fazer várias pequenas quests antes de conseguir deixar essa região, incluindo tentar convencer o treinador local a te treinar. Como todo bom RPG você tem acesso a um mapa que mostra todas as oito diferentes regiões, mas inicialmente elas estão travadas e só são acessíveis através do avanço no game.

    Golf Story é o tipo de game ideal para o hibrido da Nintendo porque é possível realizar quests em poucos minutos ou mesmo tentar acertar umas tacadas de forma aleatória enquanto deixa a história de lado. Tudo isso pode ser feito naquele pequeno espaço disponível em sua agenda como naqueles 10 minutos que sobraram no horário de almoço ou mesmo ao ir ao banheiro 😉

    Vale mencionar que este game usa o HD rumble do joy-con de forma diferente de outros games, é possível sentir a diferença entre tacadas pela vibração do controle, o que é bem legal.
    As primeiras impressões foram boas e por isso seguirei jogando, em especial, porque é algo fácil de encaixar na agenda. Acompanhem o desdobramento da aventura  e outros detalhes no Fora da Caixa.