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  • Nintendo Lança Fire Emblem Shadows – Uma Mistura Genial de Estratégia e Traição

    Nintendo Lança Fire Emblem Shadows – Uma Mistura Genial de Estratégia e Traição

    O grande destaque de Fire Emblem Shadows é, sem dúvida, a jogabilidade que une dois gêneros de maneira surpreendente. Cada partida coloca três aliados em batalhas táticas rápidas, mas com um grande diferencial: um deles é um “discípulo das sombras” traiçoeiro.

    Após a fase de combate, os jogadores—agindo como “discípulos da luz”—precisam votar para descobrir quem é o impostor. Esse ciclo de estratégia e dedução social cria uma experiência dinâmica e imprevisível, onde a persuasão é tão importante quanto a habilidade em combate.

    Confira o trailer de lançamento de Fire Emblem Shadows e veja a mistura de estratégia e dedução social em ação:

    Trailer oficial de Fire Emblem Shadows mostra as batalhas em tempo real e o tenso sistema de votação que define o rumo da partida.

    Um Obstáculo para o Público Brasileiro

    Um ponto de atenção, e talvez a maior desvantagem no lançamento para o Brasil, é a falta de localização. Infelizmente, o jogo não oferece o português do Brasil como um dos idiomas disponíveis. No momento, os jogadores terão que recorrer ao inglês, espanhol ou japonês para aproveitar a narrativa e as interfaces. Essa decisão da Nintendo pode ser uma barreira para um público mais amplo no país, que espera por conteúdos em sua língua nativa.

    Lançamento Surpresa: Anunciado e Disponível Imediatamente

    Em um movimento incomum, a Nintendo optou por um shadow drop, anunciando e liberando o jogo na mesma data, 25 de setembro de 2025. Essa estratégia gerou um impacto imediato e muita conversação nas redes sociais, aumentando a curiosidade dos fãs da série Fire Emblem e de jogadores casuais.

    Modelo Free-to-Play com Opções de Compra

    Segundo a Nintendo, Fire Emblem Shadows segue o modelo “free-to-start” (grátis para começar). As microtransações dentro do app variam de R$ 4,50 a R$ 429,90, oferecendo desde itens cosméticos até pacotes mais robustos.

  • The Long Dark – um ensaio sobre a solidão e a finitude

    The Long Dark – um ensaio sobre a solidão e a finitude

    Recentemente, me aventurei na difícil missão de abrir o catálogo da Playstation Store e escolher um jogo para passar o tempo. A tarefa, que deveria ser fácil, pode ser especialmente desafiadora para gamers indecisos como eu. Às vezes, o excesso de opções nos faz parecer um pouco ingratos, já que não é raro deixarmos passar quase despercebidos jogos que podem nos proporcionar momentos divertidos.

    Desta vez em específico tive sorte, já que me deparei com o jogo da desenvolvedora do oeste canadense Hinterland Studio, chamado The Long Dark. O título não é novo, foi lançado em 2014, há quase dez anos, e traz a história de William Mackenzie, piloto de avião no gélido deserto canadense. O game conta com duas opções de jogo, o modo história e o sandbox. Sendo este último o modo que mais investi meu tempo, e, portanto, será o foco deste texto.

    Ademais, vale ressaltar que o jogo foi inicialmente lançado apenas com o sandbox, sendo que o modo história foi adicionado quase três anos depois de sua estreia, deixando a impressão de que não era a prioridade da desenvolvedora.


    O game é ambientado ao norte do Canadá, em uma região inóspita e com escassez de recursos, em que praticamente só se vê neve e gelo. The Long Dark e a solidão são inseparáveis. Podemos escolher um dos doze mapas iniciais disponíveis (que se interligam a medida em que o mapa é explorado), tendo um objetivo claro: o de sobreviver o máximo de tempo que puder, mas com a consciência de que o fim te espreita, sendo que flertamos com ele a todo momento.

    O arrependimento e o frio como companhia

    Um fator interessante no jogo é que a morte do personagem é permanente, e as ações tomadas são todas sem possibilidade de arrependimento. Aliás, me desculpe, o arrependimento não só é possível, como é também presença constante, o jogador somente não tem a opção de se valer de um checkpoint e refazer seus últimos atos.

    Esta dinâmica torna tudo mais interessante. A primeira vez que joguei, confesso, me senti agoniado. A visão inicial é do gelo e mais nada. Não há tutorial ou itens para ajudar na jogatina. O jogador nasce em local aleatório do mapa e tem que sobreviver. Simples assim.

    O principal inimigo do jogador é o frio, além dos animais que dividem o espaço com você. Isso é o suficiente para aniquilar qualquer pessoa sem superpoderes. Os lobos e ursos que habitam o local estão em busca de alimento, e deixam claro, a cada encontro, que você está certamente abaixo deles na cadeia alimentar, escancarando a vulnerabilidade do nosso personagem.

    Durante a campanha é possível se ambientar melhor com a mecânica, os comandos e os recursos que aos poucos são descobertos no mapa. Tudo é sutil, efêmero e pode passar batido pelos olhos dos jogadores mais desatentos.

    Contudo, não acredito que jogadores desatentos consigam explorar bem o game. Cada detalhe pode fornecer ao jogador um suspiro de vida. Um graveto que você encontra agora, pode servir de valioso combustível para a fogueira que propiciará sobrevida ao personagem. Um saquinho de chá escondido num caixote velho dentro de uma cabana abandonada pode aquecer o jogador e livrá-lo do sempre presente risco de hipotermia.

    The Long Dark e a solidão

    O jogo é uma ode à solidão, e deixa um sabor agridoce justamente por esta razão. A imensidão branca e agressiva do gelo quase faz emergir um grito de socorro no início da gameplay, um clamor para ter alguém para partilhar essa saga que leva a lugar nenhum.

    Porém, é interessante como aos poucos nos acostumamos com esta condição. O ambiente gelado e infinito se incorpora na existência do personagem, nos fazendo compreender que o que nos resta às vezes somos nós mesmos e a vontade de seguir rumo ao imponderável final.

    Esta é, inclusive, outra característica marcante do jogo. O fim está sempre rondando a cabeça do jogador. Não importa o quão bom você seja, não tem vitória, final triunfante e créditos após terminar a história. Neste modo sandbox não há esta opção. O jogo nos convida a perder, seja agora ou daqui a pouco.

    Sempre que jogo The Long Dark me encontro com esta parte de mim que o título conseguiu fazer florescer tão bem, com a certeza de que no trajeto o fim é sabido e inevitável, mas que o que vale mesmo são as experiências que acumulamos. Talvez seja essa a proposta do jogo pra mim. Em conclusão, trajeto vale mais que tudo.