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  • Análise Stars in the Trash: Beleza Visual e uma Mensagem Importante

    Análise Stars in the Trash: Beleza Visual e uma Mensagem Importante

    Há jogos que conquistam primeiro pelos olhos, e Stars in the Trash é um caso emblemático. Desenvolvido pelo estúdio espanhol Valhalla Cats, o título promete uma experiência narrativa com o charme das animações clássicas. Nesta análise de Stars in the Trash, vamos explorar se a experiência vai além da superfície bela, avaliando sua jogabilidade, narrativa e o impacto de sua mensagem central.

    Para quem acompanha o Caixa de Pixels, sabe o quanto valorizamos narrativas para além do jogo. E esta análise de Stars in the Trash confirma que o jogo tem uma: a conscientização sobre o maltrato e abandono animal, um tema nobre e necessário.

    Antes de detalharmos nossas impressões, confira o trailer oficial que captura perfeitamente o visual e o tom de Stars in the Trash:

    Trailer Oficial – Stars in the Trash: Veja a animação hand-drawn e a jornada de Moka em ação. O jogo disponível para PC e em desenvolvimento para Nintendo Switch.

    Um Conto de Animação que Ganha Vida (e é seu Maior Trunfo)

    Não há como começar esta análise de Stars in the Trash sem elogiar seu visual. O trabalho da Valhalla Cats, que inclui artistas com passagem por estúdios como Disney e Warner, é notável. Os desenvolvedores desenharam o jogo à mão com técnicas de aquarela, resultando em cenários que realmente parecem saídos de um filme. É, sem dúvida, o aspecto de maior impacto.

    A jogabilidade, por sua vez, é acessível. Esta análise de Stars in the Trash deixa claro que se trata de uma combinação de plataforma, combate e puzzles leves, mas com uma curva de dificuldade bastante suave. Eu levei pouco mais de 1 hora para concluir os 9 capítulos desta curta aventura . É uma proposta que prioriza a narrativa e a experiência relaxante.

    Gameplay e Controles: Onde a Simplicidade Encontra Problemas

    No entanto, é importante deixar claro: a jogabilidade é bastante simples. Para jogadores veteranos, a experiência pode parecer superficial. O combate e os puzzles não evoluem muito, funcionando mais como elementos para quebrar a rotina de exploração.

    Somado a isso, encontramos um ponto mais crítico durante os testes no PC pela Steam com um controle DualSense: os controles deixaram a desejar em precisão. Em momentos que exigiam um pouco mais de agilidade, a imprecisão nos comandos era perceptível, levando a frustrações que poderiam ser evitadas. É um aspecto que esperamos seja corrigido com atualizações e antes do lançamento para o Nintendo Switch.

    Por outro lado, a implementação do feedback tátil foi um acerto. Assim como em Stray e no cativante Copycatcuja análise já publicamos aqui no site –, sentir o controle vibrar suavemente quando Moka ronrona é um detalhe de imersão muito bem-vindo e que os donos de gatos vão reconhecer imediatamente.

    O Coração do Jogo: Uma Mensagem que Ressoa

    O grande trunfo de Stars in the Trash está na mensagem de sua. A história de Moka, um gato mimado que aprende a valorizar o que tem após fugir de casa, é uma boa ilustração sobre responsabilidade e amizade.

    A mensagem é reforçada pelo compromisso da desenvolvedora, que já doou milhares de euros para abrigos de animais.

    Veredito Final: Para Quem é Este Jogo?

    Esta análise de Stars in the Trash conclui que este é um jogo indie que não é para todo mundo. Eu o recomendo para:

    • Fãs de animação tradicional e arte feita a mão.
    • Jogadores que buscam histórias curtas e emocionantes (cerca de 1-2 horas).
    • Pais que desejam apresentar games de plataforma para crianças.
    • Quem valoriza títulos com uma causa nobre e uma mensagem positiva.

    Apesar da jogabilidade simples e dos problemas de controle, Stars in the Trash cumpre seu papel como uma história interativa. Ele é uma opção interessante para uma tarde tranquila, desde que você esteja interessado em sua beleza visual e sua mensagem, e não por desafios de gameplay.

  • Dreams of Another Análise: Uma Jornada Onírica e Filosófica no PSVR2

    Dreams of Another Análise: Uma Jornada Onírica e Filosófica no PSVR2

    Finalmente é possível mergulhar de cabeça no mundo de Dreams of Another. Após experimentar a campanha completa de aproximadamente 8 horas, tanto na TV do PS5 quanto na imersão total do PSVR2, chegou a hora de destrinchar esta que é uma das propostas mais ousadas do ano. Esta análise de Dreams of Another no PSVR2 não é apenas um recorte técnico, mas uma reflexão sobre uma obra que, como um sonho real, exige digestão e interpretação.

    A premissa do jogo como uma “experiência de jogo filosófica” não é um mero artifício de marketing; é um aviso e um convite. Se você espera um jogo de tiro convencional, sairá frustrado. Mas se está disposto a adentrar um quebra-cabeça onírico onde atirar significa criar e onde o “sem sentido” é a lógica reinante, prepare-se para uma experiência singular.

    Dreams-of-Another-playstation-gameplay-robo Dreams of Another Análise: Uma Jornada Onírica e Filosófica no PSVR2

    Por que o PSVR2 é a Forma Definitiva de “Sonhar”

    A primeira grande conclusão desta análise de Dreams of Another no PSVR2 é clara: o headset de realidade virtual da Sony é, de fato, a melhor maneira de experienciar o jogo. A afirmação vai além da imersão visual proporcionada pela tecnologia de point cloud. Trata-se de uma conexão mais direta com a proposta narrativa e filosófica.

    Como apontado há 125 anos na obra seminal de Freud, “A Interpretação dos Sonhos”, o sonho é sempre sobre o sonhador. Jogar na TV é como assistir a alguém relatar um sonho. Jogar no PSVR2 é estar dentro do sonho. Você não está mais olhando para o Homem de Pijamas; você é ele, perambulando por cenários que se materializam e se dissolvem com seus disparos criativos.

    O uso do feedback tátil no headset e nos controles, tanto no VR quanto no DualSense na TV, é competente e reforça a materialidade desse mundo onírico, conectando a tecnologia à mensagem.

    É importante notar, porém, que a implementação no VR não é perfeita. A resolução no headset poderia ser mais nítida, fiquei com a impressão de que o jogo não utiliza plenamente recursos como o rastreamento ocular para uma resolução dinâmica mais nítida.

    Durante minha sessão, os troféus também não apareciam no modo VR ( já tem correção a caminho! ). No entanto, esses detalhes técnicos não ofuscam o impacto importantíssimo da imersão, e é importante destacar que não sofri com quedas significativas de desempenho.

    Dreams-of-Another-playstation-gameplay Dreams of Another Análise: Uma Jornada Onírica e Filosófica no PSVR2

    A Psicanálise dos Sonhos em Pixel: O “Sem Sentido” como Regra

    Aqui, a minha perspectiva como psicanalista se funde com a de jogador. Dreams of Another é deliberadamente “sem sentido”, assim como são a maioria dos nossos sonhos. A genialidade do jogo está em abraçar essa característica, e não tentar explicá-la totalmente.

    A ausência de detalhes nos NPCs – onde um soldado é apenas um soldado, um palhaço é apenas um palhaço – é uma escolha estética que remete a teoria freudiana. Nos sonhos, nem sempre as pessoas têm rostos nítidos. São representações, as vezes condensam mais de uma pessoa, ou são símbolos de desejos, traumas e conflitos.

    A memória traumática do Soldado Errante sobre perder seu gatinho na infância, por exemplo, levanta a hipótese de este ser um fator determinante para sua personalidade que é revelada logo na abertura, o “soldado que não consegue atirar”. É uma bela ilustração de como o jogo constrói sua mitologia pessoal, sem impor respostas definitivas.

    A narrativa não-linear, que nos joga de um bueiro com toupeiras em um rito de passagem para o fundo do mar e depois para um parque de diversões decadente, replica a lógica do trabalho do sonho: deslocamento e condensação. Os temas não se desenvolvem de forma linear, mas sim através de ecos e conexões que o jogador deve sentir, não apenas entender.

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    Reflexões, Não Respostas: O Legado de uma Experiência

    Dreams of Another não é um jogo para ser consumido de uma só vez. A necessidade de pausas, muitas vezes forçada pelo retorno frequente à tela inicial do protagonista dormindo, é um recurso de design inteligente. Apertei “início” algumas vezes e pensei: “ok, vamos entrar em outro sonho”. Esse ritmo permite digerir as inúmeras questões que o jogo levanta.

    O que é arte? O que é liberdade? Como lidamos com a ganância corporativa? Os “anjos angelicais” do parque de diversões, com seus diálogos curtos e ambivalentes – que sempre começam com algo positivo e, após uma pausa, revelam um contraponto as vezes perturbador – são mestres em semear dúvidas existenciais. Eles encapsulam o espírito do jogo: não há verdades absolutas, apenas perspectivas.

    A recepção dentro da bolha do PSVR2 – a mídia e os influenciadores especializados neste nicho – parece ter sido, em geral, negativa. O hype por um novo título em uma plataforma com menos novidades pode ter atraído um público que não era o alvo. Comparo Dreams of Another a experiências como Before Your Eyes e Paper Beast – jogos que privilegiam a emoção e a reflexão sobre a ação pura. Dizer que é “o pior jogo de VR” é ignorar completamente sua intenção artística. É perfeitamente válido que o jogo “não fale” com você, mas é crucial reconhecer o que ele se propõe a fazer.

    Dreams-of-Another-playstation-gameplay-palhaco Dreams of Another Análise: Uma Jornada Onírica e Filosófica no PSVR2

    Veredito Final: Um Sonho que Vale a Pena Ser Sonhado

    Esta análise de Dreams of Another no PSVR2 conclui que o jogo é um triunfo artístico. É uma obra corajosa, que entende que jogos podem ser veículos para ideias complexas e incômodas, assim como os sonhos o são para nosso inconsciente.

    A experiência no PSVR2 é transformadora e alinha perfeitamente a tecnologia com a poesia da narrativa. Embora pequenos problemas técnicos possam existir, eles são insignificantes perto da grandiosidade da ambição e da realização deste projeto.

    Dreams of Another não é para todos, e tudo bem. Mas para aqueles dispostos a se perderem em um sonho alheio, a refletir sobre questões profundas e a aceitar que nem tudo precisa fazer sentido imediato, esta é uma jornada inesquecível. É um jogo que, como um processo analítico, demanda seu tempo para ser compreendido e apreciado, mas que recompensa enormemente aqueles que se dedicam a explorar suas camadas.

    E você, está preparado para sonhar? Deixe nos comentários suas impressões sobre jogos filosóficos!

  • Formula Legends: A Divertida e Nostálgica Homenagem Arcade à F1

    Formula Legends: A Divertida e Nostálgica Homenagem Arcade à F1

    O próprio nome Formula Legends define bem o que os desenvolvedores da 3DClouds entregaram: um jogo de corrida arcade que é uma verdadeira e afetuosa homenagem à história da Formula 1.

    Diferente de simuladores sérios como Gran Turismo 7 ou Project Cars, este título não pretende ser realista, e é nesse ponto que ele acerta em cheio. Formula Legends é divertido de cara, um respiro fresco para quem quer curtir a velocidade sem a pressão de configurações complexas.

    A minha experiência pessoal confirma isso. Como alguém que joga majoritariamente com volante e pedais, precisei de um tempo para me adaptar ao DualSense do PlayStation 5.

    A frenagem, especialmente sem assistências, é um desafio e tanto – travar os pneus antes da curva é mais comum do que você imagina! Por outro lado, os gatilhos adaptáveis do DualSense funcionam muito bem, emulando de forma satisfatória a sensação de pressionar os pedais de um carro de verdade.

    Uma Jornada Encantadora Pelas Décadas da F1

    O grande trunfo de Formula Legends é, sem dúvida, o seu modo campanha. A progressão é dividida por décadas, começando nos anos 1960 e indo até os 2020, e é incrivelmente gratificante reconhecer a evolução do esporte ao longo do tempo.

    A sensação de progressão é constante, com muitos itens para desbloquear, como pilotos e circuitos, e o jogo sempre te mostra sua evolução através de barras de progresso claras.

    Os circuitos não são estáticos. Há mudanças significativas nos layouts e no seu entorno com o passar do tempo, o que enriquece muito a experiência.

    Além disso, a própria interface do usuário (HUD) muda de acordo com a era, em um capricho visual que aumenta a imersão nostálgica.

    Estética e Humor: O Charme Fofo de Formula Legends

    A parte visual tem um estilo simples, colorido e com um charme fofo. Os carros têm um estilo “simplificado”, lembrando miniaturas, o que combina perfeitamente com a proposta descontraída.

    Outro ponto alto é o tom bem-humorado dos desenvolvedores. Pilotos, equipes e circuitos são referências diretas (e bem sacadas) ao mundo real, mas com nomes paródia. É muito divertido correr com os irmãos “Shoemaker” (Schumacher), “Alan Proust” (Alain Prost) ou para a equipe “Flower” (Lotus).

    Pit-Stops e a Importância dos Detalhes

    Um dos elementos de gameplay que me agradou foi o mini-game dos pit-stops. Para incorporar a “imprevisibilidade” da troca de pneus, os devs inseriram uma sequência de botões que deve ser apertada corretamente. Cada erro aumenta seu tempo nos boxes.

    É um exemplo de mecânica simples, perfeitamente integrada ao contexto, que adiciona uma camada de engajamento sem complicar.

    Pontos de Melhoria: O Elefante na Sala

    Formula Legends é um jogo bom e recomendo, mas isso não significa que seja perfeito. Apesar do excelente suporte ao português do Brasil, notei alguns problemas de localização, como frases ou nomes de circuitos faltando, que parecem mais bugs do que erros de tradução.

    Na pista, a diferença de dirigibilidade entre os carros de épocas tão distintas é muito sutil. Seria mais imersivo sentir diferenças significativas no manejo entre um carro dos anos 60 e um dos anos 2000.

    E, por fim, não posso deixar de mencionar o elefante branco na sala: a ausência total de multijogador, seja local ou online. Em um jogo de automobilismo, essa é uma falta significativa e que esperamos ver corrigida no futuro.

    Destaque do Canal: Correndo com uma Lenda

    Aqui no caixadepixels.com.br, sempre trazemos conteúdo exclusivo. Gravei uma volta piloto Nelson Piedicaldi, uma clara e bem-humorada referência ao bicampeão mundial Emerson Fittipaldi, na equipe Flower (nossa querida Lotus).

    Assista para ver a gameplay de Formula Legends em ação e sentir o desafio de domar essas máquinas!

    Gameplay Exclusiva: Nelson Piedicaldi nos Domina em Formula Legends!

    Veja como é correr com uma lenda! Neste gameplay, controlo Nelson Piedicaldi (a homenagem a Emerson Fittipaldi) pela equipe Flower. O traço característico do piloto brasileiro está lá: suavidade e precisão nas curvas. É uma demonstração pura do espírito divertido e nostálgico que faz de Formula Legends um jogo tão especial.

    Acabou, e aí? Veredito Final

    Formula Legends é um jogo que sabe exatamente o que é e abraça sua identidade com confiança. É uma experiência de corrida arcade genuinamente divertida, repleta de charme e amor pela história da F1.

    Apesar de suas limitações, como a falta de multijogador e a dirigibilidade que poderia ser mais distinta entre eras, a jornada de desbloqueios, o humor inteligente e a apresentação visual cativante fazem dele uma recomendação sólida para qualquer fã que busca uma experiência descontraída, mas repleta de personalidade.

    Fiz essa análise com cópia gentilmente cedida pelos desenvolvedores do game, agradecemos a confiança em nosso trabalho.

    Espero que tenha gostado da análise! Conte nos comentários qual sua década favorita para correr em Formula Legends.

  • Yield Fall of Rome: A Estratégia 4X que se joga como um Jogo de Tabuleiro

    Yield Fall of Rome: A Estratégia 4X que se joga como um Jogo de Tabuleiro

    Em um cenário repleto de gigantes complexos, Yield Fall of Rome estratégia 4X surge como uma opção inteligente e refinada para quem ama o gênero mas não tem horas a fio para dedicar a uma única partida.

    Desenvolvido pela Billionworlds e publicado pela Daedalic Entertainment, o jogo saiu do acesso antecipado em Agosto de 2025 e oferece uma experiência tática vibrante e viciante sobre o declínio do Império Romano. Depois de algumas horas de jogo, minhas impressões são extremamente positivas.

    Antes de detalhar minhas impressões, confira o trailer oficial que capta perfeitamente a essência e estratégica de Yield Fall of Rome estratégia 4X:

    Trailer Oficial de Yield! Fall of Rome – Conheça a jogabilidade dinâmica e os oito facções disponíveis.

    Yield Fall of Rome estratégia 4X é um título que simplificou algumas mecânicas tradicionais do gênero para se aproximar da agilidade e clareza de um jogo de tabuleiro moderno — e fez isso com maestria.

    A premissa é a que conhecemos: explorar, expandir, explorar e exterminar. Porém, o jogo evita a “mesmice” e o “grinding”, focando em decisões puras e impactantes.

    Jogo de tabuleiro

    Uma das minhas impressões mais fortes é como a gameplay me lembra esses jogos de tabuleiro mais elaborados. E não é só a jogabilidade; o visual estilizado e colorido do jogo contribui imensamente para essa sensação, como se eu estivesse diante de um tabuleiro físico luxuosamente produzido.

    Passei mais de 5 horas imerso na campanha introdutória, que serve como um tutorial extenso e muito bem-feito. Ela é dividida em 4 etapas, com o jogo introduzindo novas mecânicas progressivamente.

    A parte boa dessa divisão foi poder fragmentar a jogatina em sessões menores. Para quem, como eu, nem sempre tem longos períodos disponíveis, isso é uma ajuda bem-vinda e um diferencial enorme.

    No geral, eu gostei e acho que Yield Fall of Rome estratégia 4X é uma recomendação sólida para quem quer uma experiência de estratégia por turnos um pouco mais acessível e direta que um Civilization, mas sem abrir mão da profundidade.

    Nem tudo é força bruta

    A mecânica que mais me surpreendeu positivamente foi a possibilidade de vitória sem força bruta. Em vários momentos, é possível juntar pontos de vitória suficientes através da exploração, expansão inteligente e extração de recursos, evitando conflitos diretos.

    Isso adiciona uma camada de profundidade estratégica interessante, onde a diplomacia e a administração de recursos são tão cruciais quanto o poder militar.

    Yield Fall of Rome estratégia 4X cumpre exatamente o que promete: é um jogo focado, dinâmico e profundamente estratégico, mas com uma curva de aprendizagem suave.

    Ele é a prova de que acessibilidade e profundidade podem, sim, andar juntas.

    Jogou Yield Fall of Rome? Suas impressões batem com as nossas? Conte nos comentários qual sua facção favorita e quais estratégias têm dado certo para você!

    Eu conferi as primeiras impressões de Yield Fall of Rome com uma cópia de avaliação gentilmente cedida pelo estúdio. Agradeço a confiança em nosso trabalho.

  • Análise: Sword of the Sea é um espetáculo visual, mas falta propósito?

    Análise: Sword of the Sea é um espetáculo visual, mas falta propósito?

    Desde seu anúncio, Sword of the Sea foi um dos jogos indies mais aguardados por fãs de experiências artísticas. Não é para menos: o game é dirigido por Matt Nava, uma das mentes visionárias por trás do aclamado Journey (2012).

    A expectativa era alta, e felizmente, o lançamento direto no catálogo da PS Plus foi uma jogada de mestre, permitindo que muitos jogadores, incluindo eu, experimentassem este aguardado título no PS5 sem custo adicional.

    Antes de detalharmos nossas impressões, confira o trailer oficial de Sword of the Sea que captura perfeitamente a atmosfera única do jogo:

    Trailer oficial de Sword of the Sea para PS5. Gameplay mostrando a mecânica de surfar nas dunas com a Hoversword, os visuais estilizados e os cenários vastos e misteriosos.

    As primeiras impressões são de absoluto deslumbramento. Sword of the Sea é, sem sombra de dúvidas, um espetáculo visual.

    Os visuais estilizados e a paleta de cores vibrante imediatamente remetem à herança de Journey, mas é inegável que a tecnologia atual elevou a ambição a outro patamar.

    A fusão constante de ambientes – como um deserto de areia que se encontra com um mar cristalino, ou montanhas gélidas sobre águas espelhadas – cria composições de tirar o fôlego, dignas de sonhos.

    A trilha sonora, assinada por Austin Wintory (o mesmo compositor de Journey), é a alma do projeto.

    As faixas elevam a experiência a um patamar quase transcendental, conectando o jogador a uma sensação de natureza, mistério e espiritualidade.

    A combinação de visual e som é o maior trunfo do jogo.

    Sword-of-the-Sea-gameplay Análise: Sword of the Sea é um espetáculo visual, mas falta propósito?
    Sword of the Sea gameplay

    No “flow”

    A jogabilidade central de Sword of the Sea é surpreendentemente agradável. A ideia de usar uma espada como uma espécie de “skate” para planar e realizar manobras sobre as dunas é tão única quanto divertida.

    A sensação de fluxo (“flow”) é conquistada com maestria, fazendo com que você se perca no puro prazer de deslizar, executar manobras e ganhar velocidade.

    É uma mistura feliz de surf, snowboard e sandboard que funciona perfeitamente.

    No entanto, é preciso falar sobre a jornada como um todo. E aqui, Sword of the Sea talvez não atinja o mesmo impacto emocional de sua inspiração principal.

    Enquanto Journey tinha uma narrativa ambiental sutil mas profundamente comovente, sinto que faltou um propósito maior aqui.

    A premissa de restaurar um oceano perdido é interessante, mas sua execução através de poemas textuais espalhados pelo mundo não me fisgou.

    Talvez algo tenha sido perdido na tradução para o português, mas os versos não conseguiram me conectar com a lore do jogo da maneira que eu esperava.

    Sword-of-the-Sea-gameplay-ps-plus Análise: Sword of the Sea é um espetáculo visual, mas falta propósito?
    Gameplay de Sword of the Sea e suas paisagens surreais

    Vale a pena?

    Resumindo, minha experiência com Sword of the Sea foi positiva, porém com um sabor agridoce. Foram algumas horas extremamente agradáveis, contemplativas e visualmente deslumbrantes.

    A jogabilidade é fluida e viciante. No entanto, a falta de uma conexão narrativa mais profunda ou de um clímax emocional significativo impede que o jogo atinja o status de obra-prima que seu visual promete.

    É uma recomendação fácil para assinantes do PS Plus que buscam uma experiência relaxante e única, mas talvez não seja o Journey desta geração que alguns esperávamos.

    O que achamos:

    • Pontos Fortes: Visual deslumbrante, trilha sonora sublime, jogabilidade fluida e viciante, sensação de “flow” incrível.
    • Pontos Fracos: Narrativa e lore pouco cativantes, falta de um propósito ou clímax mais impactante.

    Sword of the Sea está disponível exclusivamente para PS5 e PC, e está incluído no catálogo da PS Plus Extra e Deluxe no lançamento.

  • Análise: Forgotten Fields – Um Jogo Narrativo Nostálgico Que Encanta (e Frustra) no Switch

    Análise: Forgotten Fields – Um Jogo Narrativo Nostálgico Que Encanta (e Frustra) no Switch

    Lançado no mês passado para Nintendo Switch, Forgotten Fields – Console Edition chega para conquistar os fãs de histórias introspectivas. Como entusiasta de jogos focados em narrativa, mergulhei na jornada de Sid, um escritor bloqueado que revisita memórias de infância durante um domingo nostálgico. E posso afirmar: este é, acima de tudo, um jogo narrativo nostálgico que brilha pela escrita madura e sensível, evitando clichês ao abordar temas como criatividade e passagem do tempo.

    Narrativa e Personagens: O Coração do Jogo

    O texto é o verdadeiro protagonista. Sid luta contra o bloqueio criativo enquanto revê sua antiga casa, e os diálogos com amigos e familiares são densos, poéticos e repletos de nuances emocionais.

    A dualidade entre o mundo real e as cenas do livro que ele escreve (em um universo fantástico) enriquece a trama, criando paralelos inteligentes.

    Para quem busca reflexão, este jogo narrativo nostálgico pode ser uma experiência catártica.

    Gameplay: Mini-games Simples, Mas Relevantes

    Entre conversas profundas, Forgotten Fields insere mini-games para aliviar o ritmo. Buscar roupas ao vento ou fugir furtivamente de uma prisão são exemplos que funcionam como respiros criativos.

    Nada é desafiador demais – o foco é a imersão, não a dificuldade. Porém, ressalto um problema: os controles são desengonçados as vezes, especialmente em sequências de ação, o que quebra a fluidez.

    Técnica: Falhas que Machucam a Experiência

    A arte simples, inspirada em Rainswept, é charmosa, mas a versão do Nintendo Switch sofre com:

    • Quedas de frames em cutscenes;
    • Pop-in de texturas durante exploração;
    • Ausência de localização em português brasileiro, limitando o acesso à narrativa complexa.
      A trilha sonora, por outro lado, é um destaque: as composições de micAmic envolvem e reforçam a melancolia do tema.

    Veredito: Nostalgia com Ressalvas

    Forgotten Fields é um jogo narrativo nostálgico que emociona pela escrita e atmosfera, mas tropeça na adaptação para o Switch. A falta de tradução PT-BR e os problemas técnicos são contratempos significativos.

    Recomendo para quem prioriza histórias maduras e está disposto a tolerar falhas de performance. Se a equipe corrigir os controles e otimizar o port, teremos um indie narrativo ainda mais forte.

    Para quem busca uma jornada introspectiva e está familiarizado com a língua inglesa, este jogo narrativo nostálgico ainda vale a viagem.

  • Please, Touch the Artwork: Uma Obra-Prima Interativa Onde Tocar na Arte Nunca Foi Tão Literal

    Please, Touch the Artwork: Uma Obra-Prima Interativa Onde Tocar na Arte Nunca Foi Tão Literal

    Inspirado pela minha visita à exposição de Monet no MASP, mergulhei em Please, Touch the Artwork (lançado no dia 23/05 para Nintendo Switch). E que descoberta fascinante! Este jogo transforma a relação entre espectador e obra com uma proposta ousada: tocar na arte nunca foi tão literal.

    Arte Que Exige Interação

    Com tom descontraído e cheio de personalidade, você controla uma caveira de terno que viaja por pinturas icônicas.

    Diferente de museus tradicionais, aqui é preciso tocar na arte — com toques na tela (via touchscreen no modo portátil) revelo objetos escondidos, resolvo puzzles e avanço a história.

    É meio que um “Onde Está Wally?” artístico, homenageando o visionário James Ensor.

    Portabilidade e Jogabilidade Relaxante

    O Switch brilha no modo portátil: segure o console e toque literalmente na arte para explorar telas. Perfeito para tardes preguiçosas!

    A trilha sonora suave e os visuais pintados à mão criam um clima acolhedor. Sua missão? Encontrar itens solicitados por personagens excêntricos — uma caça ao tesouro que prova que tocar na arte pode ser divertido.

    Gameplay em Vídeo

    Feito por Um Único Artista-DEV

    Me surpreendi ao saber que um único desenvolvedor criou o jogo, celebrando os 75 anos da memória de James Ensor.

    Essa paixão transborda: do humor irreverente às mecânicas precisas. Para amantes de arte e indies criativos, tocar na arte nunca foi tão literal — e significativo.

    Veredito Final

    Please, Touch the Artwork é uma experiência única. Une educação artística, puzzles leves e um charme que cativa. Comprovando que tocar na arte nunca foi tão literal — e tão encantador.

    Ideal para maiores de 12 anos e quem busca jogos relaxantes!

  • Smash Drums no PSVR2: Uma Bateria Imersiva que Revoluciona o Ritmo!

    Smash Drums no PSVR2: Uma Bateria Imersiva que Revoluciona o Ritmo!

    Acabo de mergulhar na edição Premium de Smash Drums no PSVR2, e afirmo sem hesitar: esta é a experiência definitiva de bateria imersiva no PSVR2 que todo fã de ritmo esperava.

    O jogo transforma seus controles em baquetas virtuais com uma precisão assombrosa, potencializada pelo feedback tátil do headset e dos sense controllers – cada batida reverbera nas suas mãos, criando uma conexão física inédita.

    A Trilha Sonora É um Show à Parte

    Com 93 músicas (58 da base + 35 da Premium), a seleção é um passeio pelas lendas do rock.

    De “Kryptonite” (3 Doors Down) a “Ace of Spades” (Motörhead), até pérolas menos óbvias como “Alright” (Supergrass), todas soam energéticas e harmonizam perfeitamente com a jogabilidade.

    A edição Premium eleva o pacote com clássicos atemporais que justificam cada centavo.

    Três Modos, Uma Revolução
    Aqui está o divisor de águas:

    1. Arcade: Tambores voam até você, estilo Beat Saber. Ideal para iniciantes.
    2. Clássico (Meu Favorito!): Bateria fixa à sua frente com trilha de notas ao fundo, à la Guitar Hero. A imersão é total!
    3. Fusion: Combina os dois estilos, exigindo atenção redobrada.

    Quer ver a bateria imersiva do PSVR2 em ação?

    Essa variedade transforma Smash Drums em uma bateria imersiva no PSVR2 que cativa tanto hardcore gamers quanto novatos. Inclusive, testei com uma não-gamer: em minutos, ela já “destruía” tambores com sorriso estampado!

    Profundidade Técnica + Acessibilidade
    O jogo registra a força das baquetadas para pontuação extra – recurso que desativei inicialmente para focar na diversão pura.

    A curva de aprendizagem é intuitiva, mas dominar faixas em dificuldade máxima exigirá horas de prática (e suor!).

    Os 9 cenários, da prisão à lua, ampliam a sensação épica.

    Conclusão: Por que É Imperdível?

    Smash Drums entrega a melhor bateria imersiva no PSVR2 que eu poderia esperar. Une tecnologia tátil, trilha sonora explosiva e modos que respeitam tanto o caos arcade quanto a precisão rítmica. Se você busca adrenalina, rock e inovação em VR, este jogo é um must-play.

  • Análise de Arken Age que chega ao PSVR2 e PCVR

    Análise de Arken Age que chega ao PSVR2 e PCVR

    A Vitruvius VR lança hoje seu mais novo game para o PSVR2 e PCVR via Steam. Nesta análise de Arken Age a gente vai descobrir se a excelente primeira impressão que publicamos na semana passada se mantem para toda a obra.

    Em Arken Age você encontrará uma aventura em realidade virtual para um jogador. O game tem legendas e menus em português do Brasil, o áudio está só em inglês.

    Nesta jornada você irá explorar um mundo chamado Abismo biológico, que foi criado pelo grande Arborista. Sua missão é enfrentar os inimigos Hyperion e entender o que está por trás do desaparecimento do criador.

    A gente encontra neste universo uma interessante mistura de ficção científica e fantasia. E por conta da sua conexão com a natureza e de seus habitantes meio alienígenas meio humanos, a coisa toda tem um toque de Avatar para mim.

    Esta análise de Arken Age me fez pensar no quanto é difícil explicar o quão bom Arken Age é para quem nunca jogou VR. Porque uma das melhores partes do game é sobre como nossos movimentos na vida real se traduzem no jogo.

    Arken Age é um desses casos em que é preciso experimentar, é preciso sentir para entender o quão imersiva a experiência é.

    Extraindo o melhor da plataforma

    Os desenvolvedores utilizam muito bem as características do PSVR2 para elevar a imersão. Um exemplo disso é o rastreamento ocular que não só ajuda a garantir a excelente apresentação visual do game, mas também é usado no combate com o machado e no rifle de precisão.

    Já que passamos pela questão visual, vamos lembrar que este game é um dos poucos que oferecem dois modos gráficos para o jogador. O modo desempenho que roda a 90FPS nativos e o modo Qualidade que em uma resolução maior roda a 120 FPS reprojetados.

    Arken-Age-Modos-Graficos Análise de Arken Age que chega ao PSVR2 e PCVR
    Arken Age – Modos Gráficos no PSVR2

    Durante a análise de Arken Age eu não encontrei uma diferença relevante entre os dois modos, e acabei ficando com o modo Desempenho mesmo.

    No geral o universo do jogo é muito bonito e fazemos a maior parte desta jornada na natureza. Em meio ao verde das árvores e o azul da água.

    Começamos o game na Torre da Guardiã Celestial, onde recebemos uma pequena introdução daquele universo e do nosso personagem, o Desvinculado.

    É nesta mesma torre que fazemos todo o tutorial, que é relativamente longo, mas nos ensina a maior parte do que será necessário em nossa jornada.

    Escalando novos patamares

    Enquanto aprendemos as mecânicas e interações básicas do jogo fica claro o quanto o estúdio se empenhou para entregar uma experiência imersiva.

    A forma como escalamos é absolutamente satisfatória. Com um movimento do punho uma picareta é ejetada de nosso equipamento na região de nosso pulso. Convenientemente em nossas mãos, nos deixando prontos para escalar.

    Escalar é um dos exemplos do porque muito de Arken Age é sobre o que sentimos quando o jogamos. Não é só sobre os movimentos que fazemos para usar as picaretas de escalada. É também sobre o feedback que o game te dá, pelo visual, pelo som e também pela vibração dos controles.

    Assim como Alien Rogue Incursion e Skydance’s Behemoth utilizamos um tablet para várias funções. Aqui ele serve para coisas como acompanhar o progresso da missão, acessar o inventário, saber mais sobre o universo, controlar os colecionáveis, acessar configurações, salvar o jogo, etc…

    Uma parte legal do uso do tablet foi inseri-lo como ferramenta útil na exploração. Todas as fases, incluindo o tutorial, possuem pequenas piramides verdes espalhadas que são os colecionáveis.

    Ao encontrarmos o corpo do cartógrafo e absorvermos os dados o tablet passa a mostrar a direção e a distância em que estão os colecionáveis.

    A exploração é incentivada na busca pelo fruto das árvores que pode ser usado para recuperar vida ou ainda transforma-lo em seringas que tem um poder de recuperação ainda maior.

    Há também as memórias que nos dizem mais sobre o universo e a obtenção de arkenite, que é energia necessária para as armas do game.

    Armas para o combate

    Por falar em armas, o jogo nos dá acesso a três tipos básicos: uma arma de combate corpo a corpo, uma arma leve e uma arma pesada. Todas elas podem ser customizadas esteticamente ou com modificações funcionais que compramos ou encontramos pelo caminho.

    Todas essas modificações nas armas ajudam a deixar o combate interessante ao longo de toda a campanha. Especialmente porque ele é baseado em física e as mudanças nas armas impactam significativamente a forma como as usamos.

    Tomemos como exemplo a primeira modificação que instalei na espada. Eu a transformei em um machado em que ao manter o gatilho pressionado a cabeça do machado é lançada para onde eu estiver olhando. E para chama-lo de volta basta pressionar o mesmo gatilho novamente.

    As modificações para as armas tendem a seguir essa mesma linha. Eu passei um tempo me divertindo como sniper e usando a arma pesada como um rifle de precisão.

    Aqui temos outro exemplo do bom uso do rastreamento ocular. A mira de precisão aparece ao levarmos nosso punho próximos ao rosto e fecharmos um dos olhos.

    Depois que passei a enfrentar inimigos mais resistentes decidi migrar para uma metralhadora pesada com maior poder de dano e frequência de tiro.

    O feedback tátil aqui é um espetáculo! A sensação nos gatilhos e nos controles é muito boa e passa muito bem a sensação que trocamos de arma.

    Desafio Hyperion

    Eu gosto dos inimigos apresentarem um repertório variado, alterando sua abordagem de acordo com o meu comportamento. Sempre buscam cobertura ou recuperam vida quando possível e tendem a reduzir a distância para iniciar o combate corpo a corpo.

    No geral apresentam um bom desafio. Mas confesso que eu gostaria que eles enxergassem um pouco mais distante e me identificasse com mais facilidade. Porque isso me obrigaria a ter mais cautela nas minhas abordagens.

    O jogo tem algumas boas e divertidas lutas contra chefes. Mas nada que se compare ao último chefe, essa batalha é memorável. O nível de desafio é outro e o design do personagem e o seu repertorio me surpreenderam um bocado.

    Eu levei 14 horas para terminar a campanha com todos os colecionáveis e todos os modificadores de arma, no nível normal. Arken Age oferece o modo “novo jogo +”, no qual farei questão de testar assim que conseguir.

    Apesar de Arken Age oferecer diversas opções de acessibilidade, eu considero a intensidade da experiência alta. Por isso o game pode não ser a melhor opção para os iniciantes em realidade virtual.

    Vale a pena?

    Sim, Arken Age é muito competente sobre o que sentimos ao jogar. As interações em VR são excelentes e o feedback tátil é bem explorado, tanto nos gatilhos quanto nos controles e na cabeça.

    Os desenvolvedores utilizaram o rastreamento ocular não só para manter os excelentes visuais nos dois modos gráficos de jogo, mas também na gameplay de algumas armas.

    O game nos convida a explorá-lo e nos recompensa constantemente por isso, seja com pedaços da narrativa, seja com modificações para armas, ou ainda informações sobre o universo obtidas na busca pelos colecionáveis e pelo cartógrafo.

    O jogo brilha porque várias de suas características trabalham juntas para elevar a experiência e manter o alto nível de imersão ao longo de toda a campanha.

    Além disso, a Vitruvius VR conseguiu um feito raro ao entregar um game sem nenhum problema de performance ou bug, mesmo antes do lançamento.

    E é surreal pensar que um time de apenas quatro pessoas alcançou esse alto nível de qualidade. Mandaram bem demais!

    Eu realizei essa análise de Arken Age com uma cópia de avaliação gentilmente cedida pelo estúdio. Agradeço a confiança em nosso trabalho.

  • Pirates VR Jolly Roger – Pirata do Caribe

    Pirates VR Jolly Roger – Pirata do Caribe

    Você acaba de chegar a uma remota e assustadora ilha do Caribe para tentar encontrar o lendário tesouro de Davy Jones. Pirates VR Jolly Roger promete entregar uma aventura pirata emocionante com tesouros, armadilhas, inimigos, mistérios e muito mais.

    A desenvolvedora Split Light Studio lança no dia 14 de Janeiro Pirates VR Jolly Roger para PC VR via Steam. E já confirmou que há uma versão do game para PSVR2 em desenvolvimento, prevista para chegar entre abril e junho deste ano.

    Em Pirates VR nossa missão é sobreviver a todos os perigos que a jornada em busca do tesouro em uma ilha amaldiçoada irá trazer.

    Pirates-VR-Jolly-Roger-Praia Pirates VR Jolly Roger - Pirata do Caribe
    Pirates VR Jolly Roger – Praia

    Felizmente temos a companhia de nosso papagaio pirata, que não perde uma oportunidade para fazer piada nossa cara, mas também dá dicas úteis ao longo da campanha.

    Ao chegarmos a praia o game começa a inserir suas mecânicas básicas. O detalhe aqui é que a primeira impressão é muito boa, porque visualmente falando o game agrada.

    A ilha caribenha é convincente e os gráficos estão nítidos no headset. Os visuais no geral são bons, eventualmente encontrei uma ou outra textura que deixou a desejar, mas não compromete a experiência.

    Aventura diversa

    Eu levei 4hs para terminar a campanha que é bem linear. No entanto ela é diversa porque mistura coisas como quebra cabeças, escaladas, combate, luta contra chefe e exploração de baixo da água.

    O game oferece também dois desafios: de escalada e arremesso de machado. Para desbloquear ambos é necessário ter moedas de ouro e objetos preciosos o suficiente.

    Estes podem ser encontrados espalhados pelos cenários e são um incentivo para abrir todos baús, quebrar vasos, abrir tumbas e explorar cada canto do game.

    O início da campanha foca em explorar a praia em busca de um caminho para as cavernas onde o tesouro está escondido. No inicio só escalamos, nadamos, aprendemos a usar o inventário e a juntar partes para criar ferramentas úteis.

    Pirates-VR-Jolly-Roger-Prisao Pirates VR Jolly Roger - Pirata do Caribe
    Pirates VR Jolly Roger – Prisão

    Ao avançarmos para dentro da caverna somos apresentados à lanterna que além de iluminar o caminho tem poderes mágicos. Ela pode mostrar símbolos ocultos e não visíveis a olho nu e também atacar mortos vivos que habitam as áreas mais escuras da ilha.

    Só mais para a metade do game é que finalmente encontramos um revolver antigo. Temos apenas um tiro antes de precisar recarregar a arma. Foi um pouco estranho no começo, mas depois de um tempo eu já estava acostumado.

    Felizmente os desenvolvedores simplificaram o processo e basta levar o revolver a região da cintura em que estão armazenadas as munições para recarregar.

    Falando em armazenamento, ao segurar o botão do controle ele abre nosso inventário, que inclui os espaços de acesso rápido em que armazenamos a arma e lanterna.

    Guardando itens

    Além dos coldres nas laterais da cintura, também podemos acessar itens de forma rápida sobre os ombros.

    Apesar de Pirates VR Jolly Roger ter implementado bem a mecânica de escalar. Eu fiquei com a sensação de que para todo o restante a coisa é um pouco desengonçada.

    Pirates-VR-Jolly-Roger-Caverna Pirates VR Jolly Roger - Pirata do Caribe
    Pirates VR Jolly Roger – Caverna

    Demorei um tempo para me acostumar com o disparo da arma que para mim parecia ter um certo atraso. Além disso, a posição em que era preciso segurar o controle para mirar o disparo é pouco usual.

    Ao longo do game a interação com alavancas e o simples ato de coletar objetos também são desengonçados. No entanto, eles não comprometem a experiência, dado que esse tipo de coisa é de alguma forma esperada para jogos indies.

    O que me causou alguma frustração nesta área foi o combate corpo a corpo. Usei o machado e mais tarde uma espada de um inimigo e coisa não fluiu muito bem. Tanto que acabei ficando nas armas de fogo para resolver os combates que surgiram.

    Como uma boa jornada de Pirata do Caribe, ela conta também com armadilhas, enigmas e quebra cabeças. E no geral achei o nível de dificuldade nesta área adequado.

    A luta contra o chefe é legal, o encontramos em dois momentos e seu desafio é moderado. Para ser sincero não acho que este seja um game difícil. Mesmo optando pelo combate com arma de fogo na maior parte do game, não faltou munição. Assim como não faltaram maçãs para recuperar vida e óleo para a lanterna.

    A narrativa aqui se resume a clássica história de pirata, não tem nada de novo. Por isso, a ausência de legendas em nosso idioma não deve fazer tanta falta.

    Papagaio “quinta série”

    Pirates-VR-Jolly-Roger-Camaras Pirates VR Jolly Roger - Pirata do Caribe
    Pirates VR Jolly Roger – Papagaio de pirata nas câmaras

    As interações e menus são de alguma forma intuitivos para quem já joga vídeo game há algum tempo. No entanto, algumas dicas e piadas do papagaio são uma perda importante, já que o áudio do jogo está apenas em inglês.

    Falando em áudio ele cumpre o necessário, mas notei que deu uma escorregada quando o som de passos na areia se manteve enquanto eu caminhava num terreno coberto de água no inicio do jogo.

    Eu gostei do ritmo do jogo, ele vai introduzindo complexidade aos poucos. Mas confesso que no início a coisa está mais para um walking simulator que um game de ação.

    O combate demora para aparecer e é inserido em camadas, primeiro com a lanterna, depois com a arma de fogo. Acho que isso pode frustrar os jogadores mais ávidos por ação.

    Eu joguei a versão de PC VR via Steam usando meu PSVR2 e não pude deixar de notar a ausência do feedback tátil dos gatilhos adaptáveis e na cabeça. Espero que os desenvolvedores incluam estas adições na versão de Playstation VR 2, porque elas elevam a imersão.

    Pirates-VR-Jolly-Roger-Templo Pirates VR Jolly Roger - Pirata do Caribe
    Pirates VR Jolly Roger – Combate no templo

    Vale a pena?

    Pirates VR Jolly Roger é uma aventura pirata emocionante que mistura ação, quebra cabeças, combate e exploração em VR em um universo muito bonito.

    As quatro horas de campanha foram agradáveis e mesmo que o jogo seja um pouco desengonçado para algumas coisas, eu o recomendo.

    Pirates VR Jolly Roger é sem dúvidas a forma mais rápida e divertida que conheço de me colocar na pele de um pirata do Caribe.

    Eu realizei a análise do game com um cópia de avaliação gentilmente enviada pelo estúdio. Agradeço a confiança em nosso trabalho.