Quando um Jogo nos Convida a Respirar.
Wanderstop é sobre saúde mental e produtividade. O jogo foi desenvolvido pela Ivy Road e publicado pela Annapurna Interactive, não é apenas mais uma experiência indie: é um convite para repensarmos nossa relação com o tempo, a obsessão e o autocuidado.
Em uma hora de gameplay, o jogo mistura narrativa introspectiva, mecânicas “cozy” e críticas sutis à cultura da produtividade — e foi impossível não me emocionar com suas metáforas.
A Jornada de Alta: Da Obsessão à Calmaria
Na demo, acompanhamos os primeiros passos de Alta, uma ex-lutadora obcecada em ser a melhor — assim como já foi obcecada por forjar espadas no passado.
O que surpreende é como a narrativa não romantiza o esgotamento: a protagonista é “transportada” para um mundo mágico onde precisa desacelerar, cuidar de plantas e preparar chás sob a tutela de Boro, um ex-marombeiro que trocou os halteres por infusões.
Gameplay Cozy, Narrativa Profunda: Chá e saúde mental
- Cultivar para Curar: Plantar, regar e colher ingredientes não é só uma mecânica relaxante — é um paralelo direto com o processo de recuperação de saúde mental. Cada flor cuidada parece representar um passo para Alta encontrar respostas dentro de si mesma.
- Chá como Diálogo: Preparar infusões para os clientes da casa de chás não é “apenas” uma tarefa fofa. Cada pedido é um convite para desacelerar e contemplar o ritual envolvido na preparação da bebida.
- Crítica à Produtividade Tóxica: A demo questiona sem pudor frases como “tempo perdido” ou “dia improdutivo”. Afinal, por que não consideramos produtivo quando cuidamos de nós mesmos ?
O que Mais Me Marcou: Metáforas que Doem (no Bom Sentido)
Além da trilha sonora calma e da arte vibrante, foi impossível ignorar como Wanderstop personifica a ansiedade:
- A mudança brusca de ritmo (de lutadora frenética a jardineira) reflete a realidade de quem precisa “parar para não quebrar”.
- Boro, com seu passado de obsessão por músculos, e Alta, com sua história de dedicação às espadas e às lutas, representam dois lados da mesma moeda: a busca por perfeição que consome.
- O jogo não oferece respostas, mas provoca perguntas: qual o valor do ócio? Quando a paixão vira doença?
Nota Final da Demo: Um Alerta Poético Para Nossa Era
A demo de Wanderstop me deixou com aquela coceira no cérebro que só jogos como Night in the Woods ou Celeste conseguem provocar.
É uma experiência que vale cada minuto “improdutivo” — e que promete entregar, na versão final, uma narrativa ainda mais potente sobre resiliência e autoconhecimento.
Para quem eu indico? Fãs de histórias introspectivas, jogos “cozy” com camadas filosóficas e quem já sentiu culpa por… simplesmente descansar.
FAQ Rápido (SEO para Perguntas Frequentes)
Q: Wanderstop é um jogo indie?
R: Sim! Desenvolvido pela Ivy Road e publicado pela Annapurna Interactive, conhecida por títulos como Stray e Journey.
Q: A demo está disponível em português?
R: Não, infelizmente o estúdio não localizou o texto para nosso idioma na demo. E a dublagem apenas em inglês.
Q: é similar a outros jogos de fazenda?
R: Tem elementos de cultivo, mas foca muito mais na narrativa simbólica.
Q: Qual é o tema central de Wanderstop?
R: Wanderstop aborda saúde mental e produtividade. A jornada de Alta para superar obsessões (como sua fase como ferreira de espadas) e encontrar equilíbrio através do cuidado consigo mesma.
E você, já jogou a demo? Concorda que games podem ser ferramentas de reflexão? Deixe seu comentário e vamos discutir!”