Ambientado em um mundo de fantasia medieval ameaçado pelo poder do mal, Darksword é o jogo de ação em VR que acaba de chegar ao Playstation VR 2. Ele mistura elementos de RPG, Roguelite e Hack and Slash para entregar ação rápida em arenas e que vai te fazer se movimentar um bocado.
Darksword: Battle Eternity já estava presente nas plataformas Meta Quest, Pico e Steam VR. E com a chegada do game ao PSVR2 a desenvolvedora sul coreana Com2uS ROCA torna-se a primeira do país a publicar um jogo VR nas mais importantes plataformas do segmento.
Gameplay divertida
Me diverti jogando este game e logo de cara, inevitavelmente, já o comparei com o Legendary Tales. Darksword tem um pegada mais arcade, mais rápida e menos profunda, mas que vai fazer você gastar energia. Neste sentido podemos dizer que o jogo está mais próximo de outro game, o Swordsman VR, mas sem o “peso” da física no combate também presente naquele game.
No game seguimos a história de Blackwolf um antigo general que foi amaldiçoado com o poder da Darksword. Do ponto de vista narrativo não há nada memorável aqui, o forte do game está na gameplay. Ela consiste em derrotar todas as ondas de inimigos da arena para seguir a próxima. O combate segue o esquema hack & slash, que em realidade virtual demanda bastante energia, já que estamos efetivamente movimentando os braços para usar a espada, escudo e arco e flecha.
A campanha está dividida em três “torres”, cada andar da torre é uma arena. Eventualmente ao concluir um andar você poderá escolher um item dentre uma seleção aleatória de três disponíveis. Podem ser habilidades, aumento de vida, um machado que retorna a sua mão ao ser chamado, dentre outros. Os inimigos derrotados podem deixar moedas, armas ou itens para serem utilizados na forja para criar ou subir uma arma de nível.
Os inimigos são variados e ir aprendendo como eles se comportam para defender e atacar adequadamente é boa parte da diversão. Todas as torres tem chefes e semi chefes, alguns rendem batalhas épicas, mas não entrarei em detalhes aqui, para evitar spoilers. Levei por volta de 15hs para concluir a campanha e vencer a área nova (com novos chefes) da dlc.
Combate
No combate temos a opção de utilizar a espada ou o arco e flecha. Ao pressionar o gatilho para usar a espada, imediatamente um escudo de energia se materializa em nossa outra mão. O Detalhe é que não podemos abusar do escudo porque após alguns ataques ele precisa de algum tempo para voltar a estar disponível.
Por outro lado, o arco e flecha, que sempre funciona em VR, é acionado com o gatilho da outra mão. Depois basta usar a mão livre para materializar uma flecha e disparar. Neste caso não há escudo, então é bom garantir alguma distância do inimigo para não tomar dano a toa.
Há ainda o dash que pode deixar os inimigos atordoados por um curto período de tempo. Podemos usar apenas três, mas eles voltam a estar disponíveis depois de seu tempo de carregamento. Ele é pode ser útil durante a luta ou para escapar daqueles ataques indefensáveis. O curioso é que o dash foi atrelado ao teletransporte, feito com a alavanca do controle. Como eu geralmente não uso teletransporte como meio de locomoção em VR, eu demorei para notar que havia uma outra função ali.
Companheiros de luta
Uma vez em cada torre temos a oportunidade de escolher um “mascote” que irá lutar ao nosso lado. Neste game eles são chamados Merlins, são apenas três variedades, todas bonitinhas e simpáticas, um arqueiro, um de cura e um especialista em combate com espada.
Lutam ao nosso lado enquanto a barra de vida deles durar e volta e meia fazem graça como dançar ou tentar chamar nossa atenção acenando. O que é uma distração bem vinda em meio ao calor das batalhas.
Faca de dois gumes
Darksword é o jogo de ação em VR que bebe um pouquinho de várias fontes para entregar um game de ação com um ritmo rápido, e o faz bem neste sentido. Ao mesmo tempo, ele não se aprofunda em nada, e por isso fiquei com a sensação que a desenvolvedora poderia ter explorado melhor suas inspirações.
O combate não é baseado em física, e talvez por isso não notei uma grande diferença ao trocar o tipo de espada usada. Nem mesmo há uma diferença perceptível entre causar 70 ou 700 pontos de dano no inimigo, para além dos número na tela.
Por isso não me senti motivado a coletar os itens necessários para criar novas armas pela variedade. Nas poucas vezes que fiz isso foi apenas para garantir um dano total maior.
As mecânicas de RPG e Roguelite inseridas são rasas, as habilidades que adquirimos durante uma tentativa desaparecem ao morrermos e retornarmos a base. Eu gostaria que ao ir subindo o nível do personagem eu pudesse escolher alguma habilidade que permanecesse e tivesse relevância durante a campanha.
Sem multiplayer
Darksword é o jogo de ação em VR que já estava em todas as principais plataformas, mas que só agora chega ao Playstation VR. A desenvolvedora informou que priorizaram em trazer o game e a DLC para o PSVR2, mas neste processo a opção de multiplayer ficou de fora.
O que é uma pena, porque dada a característica de ação rápida do jogo, certamente seria divertido entrar nas batalhas com amigos.
Visual, áudio, localização e desempenho
O game apresenta gráficos medianos, eu confesso que esperava mais. Já que Darksword é o jogo de ação em VR em que o combate é feito em arenas, ou seja, áreas limitadas e que não demandam demais da plataforma. Suspeito que os desenvolvedores não tenha implementado a renderização dinâmica ligada ao rastreamento ocular do PSVR2 que garante a entrega de visuais muito bons.
Eu gostei do fato dos dublarem os personagens e do áudio que funciona de forma geral. Os inimigos mais simples tem um repertório bem limitado, mas não compromete. O game não possui legendas em Português do Brasil e por isso acabei jogando em inglês mesmo. Um fato curioso é que logo quando liguei o game ele abriu em coreano e tive que jogar até perder sem entender muita coisa. Porque só podemos acessar o menu de opções no lobby central, para onde voltamos ao morrer.
Não tive problemas de desempenho como quedas de frame ou de tracking dos controles. No geral as coisas funcionam como deveriam, mas como disse antes, visualmente falando o game não exige muita coisa.
Problemas
A parte gráfica deixa um pouco a desejar, um bom parâmetro disso é o texto apresentado sobre os itens na arena. Podemos ver o serrilhado de longe e é muito difícil ler depois de uma certa distância.
Um único tipo de inimigo apresenta um bug, um cavaleiro chamado Tempest por algum motivo bugava e deixava “cair” toda a parte superior do corpo, mantendo apenas as pernas eretas. Além de quebrar a imersão, isso também dificulta um bocado os headshots. Curiosamente, ao atacar a animação voltava ao normal, este problema só permanecia enquanto ele andava pelo cenário.
Talvez o maior problema seja o desequilíbrio no game. Em alguns momentos você já está forte o bastante para acabar com os inimigos iniciais de forma muito rápida. Enquanto nesta mesma tentativa descobre que o dano causado em determinado boss é insignificante. Em mais de uma ocasião eu simplesmente desisti de lutar com o chefe porque mesmo conhecendo e evitando seus ataques, os meus não faziam muita coisa e se eu seguisse lutando a batalha se estenderia por tempo demais.
Vale a pena?
Bom, Darksword acabou, e aí? Eu recomendo, mas é bom dosar a expectativa. O game é divertido, entrega ação rápida e viciante com um pouquinho de vários gêneros combinados. Além disso, a experiência é agradável em boa parte de suas 15hs de campanha.
Isso não significa que Darksword não tenha problemas, a parte visual e o desequilíbrio em alguns momentos são pontos que poderiam ser aprimorados pelos desenvolvedores. E a inclusão de um multiplayer tornaria a oferta significativamente mais atrativa.
Nossa análise foi realizada no Playstation VR 2 com uma cópia de avaliação do game gentilmente cedida pela Com2uS ROCA. Agradecemos ao estúdio pelo apoio ao nosso trabalho.
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