Tag: Indie

  • Primeiras impressões de Dead Second no PSVR2

    Primeiras impressões de Dead Second no PSVR2

    Neste final de semana consegui jogar Dead Second, que acaba de chegar ao Playstation VR 2. O game é um um jogo de tiro e ação arcade, inspirado em clássicos dos 90 como Time Crises e Virtua Cop, e com base nas primeiras impressões de Dead Second no PSVR2, ele não fica pra trás em relação a suas inspirações.

    A desenvolvedora australiana Spunge Games, já tinha lançado Dead Second para Meta Quest e Steam VR. Agora o game chega ao headset de realidade virtual da Playstation.

    Arcade Shooter em VR

    A principal característica deste tipo de game é que temos que nos locomover no jogo de ponto a ponto. Exatamente como nas maquinas que jogávamos na décadas de 90. Isso significa que você não tem liberdade para caminhar pelo cenário. Este ponto poderia ser visto como algo exclusivamente ruim, mas em contrapartida, isso ajuda a tornar o game mais acessível para mais pessoas.

    A principal diferença deste para as referências do final do século passado é que em Dead Second você joga em realidade virtual. Em outras palavras, está “dentro” do game, e não fora apontando a arma para uma tela. Isso faz com que encontrar coberturas para se proteger durante a troca de tiros seja muito importante no jogo.

    Vibe dos anos 90

    O jogo premia o jogador com logins diários com créditos no game que podem garantir acesso a novas armas ou itens de customização. O tutorial é completo e objetivo. As opções de acessibilidade são boas e existe a opção de recarregar a arma manualmente ou de forma automática ao mirar para o chão.

    As primeiras impressões de Dead Second no PSVR2 são boas, me lembra Crisis Vrigade e de alguma forma o Operation Serpens. O game tem uma vibe de filmes e séries de ação da década de 90 e estou ansioso para jogar mais.

    primeiras impressões de Dead Second no PSVR2

  • Análise de Windlands 2 no PSVR2

    Análise de Windlands 2 no PSVR2

    Windlands 2 chega ao Playstation VR 2 no dia 25 de Julho por R$159,00. Com upgrade grátis pra quem tem a versão de ps4, gatilhos adaptáveis, vibração no headset e multiplayer entre plataformas.
    Mas o mais importante é que o game entrega com excelência a sensação prazerosa de se locomover no ar, feito homem aranha, e isso me deixou com um sorriso no rosto por um bom tempo.

    quanto mais imersão melhor

    Eu adoro VR porque o lance de imersão é meio que garantido logo ao colocar o headset. Mas tenho a impressão que ao fazermos movimentos com nosso corpo para agir da mesma forma dentro do game ganhamos uma camada extra de imersão. E é exatamente este o caso aqui.

    Neste game eu tenho que literalmente levantar meus braços, apontar meus controles para o alto, apertar e segurar o gatilho para que meu avatar replique isso no jogo. Ou seja, consiga mirar essa espécie de gancho em pontos específicos do cenário e possa balançar e me deslocar de um canto a outro. E isso torna a coisa ainda mais próxima do real.

    Os controles dentro do jogo têm um formato parecido com os que seguro em minhas mãos. No game eles disparam uma corda que vai me puxando em direção ao ponto de contato em que ela se fixou até que eu solte o gatilho. Um detalhe importante é que você só pode fixar a corda nas partes verdes dos biomas e o seu alcance é limitado.

    O meu palpite é que os desenvolvedores sacaram que esta mecânica funciona muitíssimo bem e construíram o game ao redor dela.

    Sempre pronto para o combate

    A gameplay é onde Windlands 2 brilha, a sensação de estar no ar avançando enquanto me penduro de galho em galho é muito boa.
    Mas o game tem também o combate, usando o L1 e o R1 eu transformo um gancho em arco e o outro em flecha.
    Essa praticidade de não ter que guardar uma coisa pra pegar outra rende momentos muito legais. São aqueles em que você ainda está no ar e saca o arco para atacar os inimigos antes de tocar o chão ou se pendurar novamente. Cara, é uma delícia isso!

    A narrativa é bem básica, nada demais, mas ajuda a amarrar as missões da campanha. Além das missões para derrotar os chefes, tem por exemplo missões de coleta de itens específicos em pontos difíceis de chegar ou missões de liquidar uma quantidade de inimigos mais simples espalhados pelo mapa.

    Eu levei cerca de cinco horas e meia para terminar a campanha, alguns pontos de travessia são realmente desafiadores e podem causar alguma frustração. Na minha opinião são mais difíceis que os chefes das fases, porque nestes casos você se sente empacado sem nada ter nada mais a fazer a não ser ter que acertar aquele movimento que já errou muitas vezes.

    No pós game você libera os desafios de corrida e coleta de itens em trechos específicos das fases. Eles garantem alguma longevidade ao game, já que sempre dá pra fazer melhor “aquele trecho” e finalmente subir de posição no placar de líderes. Confesso que fiquei um tempo obcecado tentando bater os tempos dos desenvolvedores e a sensação ao finalmente conseguir é boa demais.

    Desempenho

    Windlands 2 chega ao Playstation VR 2 com gráficos simples e bem nítidos. O game roda a 90 fps, eu não tive uma única queda de frames ou problemas de tracking. Não há do que reclamar aqui. Aliás, estúdio brasileiro VR Monkey fez a versão do PSVR 2 em colaboração com a Psytec Games que é a desenvolvedora do jogo.

    O ponto negativo é que os inimigos menores têm um comportamento limitado, falta ódio, apesar de atirarem são previsíveis e ocupam uma parte limitada do cenário. Seria bem legal se nos perseguissem pelo mapa por exemplo.
    Um outro ponto é que fiquei com a sensação de que as missões são divididas por categoria: na missão “x” você só vai coletar itens, na missão “y” só enfrentar os minions e isso me pareceu uma colcha de retalhos, sabe? Uma espécie de peças conectadas para formar algo maior ao invés de algo orgânico em que as coisas vão se misturando e ajudam a transmitir a sensação mais realista.   
    Apesar dos personagens terem sido dublados, o que é algo bom, o game não foi localizado para nosso idioma, então dublagem e legendas apenas em inglês.

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    • Boss-small-1024x576 Análise de Windlands 2 no PSVR2

    Eu estava terminando essa análise quando os desenvolvedores me informaram que o patch do lançamento estava na no ar. Windlands 2 chega ao Playstation VR 2 com uma sútil vibração no headset quando você balança em alta velocidade. Testei o game depois da atualização e essa adição ficou legal, dá uma camada a mais de imersão.

    Vale a pena?

    Bom, Windlands 2 acabou, e aí? Eu recomendo, a sensação de me deslocar no ar é muito boa, a campanha é legal e pode ser feita com mais três pessoas de plataformas diferentes inclusive. E depois dela ainda tem os desafios e a briga para melhorar o tempo e entrar no ranking o que garante uma vida extra para o game.

    Windlands 2 chega ao Playstation VR 2 agora, mas já está disponível para o primeiro PSVR, para Steam VR e para Meta Quest. Agradeço ao estúdio pelo envio do jogo para avaliação.

    Bora entrar no headset pra sair pulando de galho em galho? Deixe nos comentários se você vai para as terras do vento e qual headset vai usar pra isso. A gente se vê na próxima, até lá.

  • Operation Serpens é um shooter divertido chegando ao PSVR2

    Operation Serpens é um shooter divertido chegando ao PSVR2

    Inspirado nos velhos arcades shooters e nos filmes de ação da década de 80, Operation Serpens é um retro arcade shooter divertido que entrega uma boa e divertida experiência no headset de realidade virtual da Playstation. O game chega ao PSVR2 no dia 23 de Fevereiro e será vendido na loja da Playstation por R$99,50 no lançamento. Operation Serpens também está disponível na Steam e para os headsets VR da Meta.

    Neste shooter você encarna um agente de elite e é responsável por desmantelar a organização criminosa do mal Cobra, derrubando todos os seus principais integrantes até chegar no líder. Em cada missão você tem um alvo e deve abate-lo ou trazê-lo com vida dependendo da missão. Há ainda um modo horda contra zumbis e um modo multiplayer para até quatro jogadores e que será multiplataforma após o lançamento.

    Gameplay

    A gameplay surpreende porque ao invés de se manter na área de um wave shooter comum, Operation Serpens diversifica o layout das missões e isso muda a forma como as jogamos.
    Na primeira fase estamos restritos a uma pequena sala de um apartamento e temos que atirar nos inimigos pela janela. Enquanto em outro momento da campanha temos que abater inimigos com um drone antes de sair caminhando da construção e invadir a base dos criminosos. E tem também uma que me lembra Gazzlers, em que estamos na traseira de um caminhão e temos que lidar com os inimigos que nos seguem em alta velocidade. 

    Há muitas armas disponíveis como metralhadoras, rifles de precisão, drone, pistolas e granadas. Ao longo da campanha elas vão aparecendo aos poucos e você pode escolher com qual quer enfrentar os inimigos. O destaque fica para a granada de atordoamento que ao ser usada inicia o “bullet time”,  que deixa todos os inimigos em câmera lenta por um breve momento para que você os derrube um a um. 

    O recarregamento das armas não é automático mas é bem simples, basta levar a arma até a cintura. Já para as granadas é preciso manuseá-las com as duas mãos para remover o pino e arremessar em seguida. Há uma escolha curiosa dos desenvolvedores aqui porque não há coldre ou forma de armazenar armas e granadas em seu corpo. Neste sentido, apenas é possível segurar uma pistola com os dentes enquanto suas mãos se ocupam de outra coisa. 

    Visual e imersão

    Não se deixe enganar pela sua apresentação gráfica simples porque Operation Serpens entrega mais do que eu imaginava. O game roda a 90 fps, lisinho e sem nenhuma queda de frame. Cenários e personagens têm essa cara cartunesca mas estão super nítidos no headset.
    A maior prova de que eu estava completamente imerso no game foi me pegar algumas vezes abrindo a boca ( na vida real ) no momento de carregar pistola no dentes no game. Mesmo sabendo que este movimento não faz diferença alguma, já que o PSVR2 não detecta este tipo de coisa.

    Zumbis e multiplayer

    No modo horda nosso agente está limitado a uma espécie de trailer entre prédios. É neste espaço que você tem que evitar as ondas de zumbis que vão tentar chegar até você ou atirar das janelas dos prédios (sim! zumbis com armas) e esta última adição é muito legal. Aqui você tem todas as armas a disposição e a cada onda você deve escolher duas novas e perder as duas que usou, isso adiciona uma camada de estratégia para eleger a combinação ideal entre o que está disponível. Neste modo você joga até morrer e dependendo de seu desempenho pode entrar no placar de líderes. 

    Eu não consegui jogar o modo multiplayer para até quatro jogadores com outro jogador. Pelo pouco que vi dele, os jogadores começam a enfrentar ondas de inimigos dentro de um shopping. A área de jogo não é tão grande mas é possível subir pela escada rolante para lidar com os inimigos que estão no andar de cima, e isso deixa a coisa mais interessante.

    Narrativa, áudio e localização

    Eu gosto de como a campanha termina, mas não há nada memorável na narrativa, e ela é bem genérica neste sentido. A dublagem é mediana mas não é algo que comprometa. Vale lembrar que o game não tem legendas em portugues, mas com uma história fraca e uma gameplay bem intuitiva não acho que ela vá fazer tanta falta.

    Em relação ao áudio, as armas e explosões não decepcionam, mas gostaria de alguma variedade no modo contra zumbis. O áudio funciona bem ao avisar de que lado o inimigo está vindo, mas fiquei com a sensação de que o repertório dos zumbis é bem limitado.

    Análise do jogo em vídeo

    Vale a pena?

    Sim, Operation Serpens é um retro arcade shooter divertido e que consegue entregar boas variações dentro desta fórmula. Escolher se vou abater os inimigos distantes com um drone ou como um bom sniper é bem legal e a alteração nos layouts da fases ajuda manter o tédio distante. Além disto, os modos contra zumbi e multiplayer são boas adições para este novo game do PSVR2. 

    Agradeço ao estúdio Ginra Gamez pelo envio da chave do jogo para avaliação.

  • Gazzlers – roguelite shooter sobre trilhos

    Gazzlers – roguelite shooter sobre trilhos

    Recentemente, mergulhei de cabeça na emocionante aventura virtual de Gazzlers, um rail shooter em VR caótico e divertido! Com uma apresentação competente e bem humorada o game me prendeu e não pude parar até fechar. Com base em minhas experiências, quero compartilhar alguns insights sobre este jogo emocionante para o PlayStation VR 2.

    Os primeiros momentos do jogo podem ser particularmente desafiadores, mas à medida que você se familiariza com os controles e mecânicas, a diversão só aumenta. Gazzlers apresenta apenas três mapas, em que os jogadores enfrentam ondas de inimigos, só interrompidas pelos momentos em que escolhemos upgrades para nosso equipamento, culminando na última onda, onde o temido boss faz sua aparição, prometendo um desafio épico e emocionante.

    Upgrades garantem runs diferentes

    Uma das características mais cativantes de Gazzlers é a variedade de upgrades disponíveis para sua arma, permitindo a construção de seu arsenal definitivo. Essas melhorias não apenas tornam cada corrida única, mas também adicionam uma camada extra de estratégia e personalização à jogabilidade. Experimentar diferentes combinações de upgrades nunca perde a graça e isso garante que cada run seja uma experiência totalmente nova.

    A gameplay em Gazzlers é aprimorada pela versatilidade das modificações de arma, que não apenas influenciam as estratégias de combate contra os inimigos, mas também proporcionam um feedback tátil imersivo através dos controles do PSVR2. Enquanto isso, a presença de um escudo de energia em uma das mãos adiciona uma camada de estratégia, já que sua duração limitada requer habilidade ao se esquivar dos projéteis inimigos para uma sobrevivência eficaz.

    18ceb03d23948-master_playlist Gazzlers - roguelite shooter sobre trilhos
    Gameplay do game – resolução alterada para a compressão em gif

    Gazzlers um rail shooter em VR caótico e divertido! tem em sua duração sua maior desvantagem, já que a a experiência de jogo é relativamente breve. Embora cada tentativa nesse roguelite seja emocionante e cheia de surpresas, o desejo por mais conteúdo é palpável. Estou na torcida para que os desenvolvedores tragam atualizações futuras com mais mapas, inimigos e desafios para manter os jogadores envolvidos por ainda mais tempo.

    Apesar da ausência de legendas em português, Gazzlers oferece uma experiência de jogo imersiva e envolvente que certamente vale a pena explorar. Se você é fã de shooters e está procurando por uma aventura divertida no mundo da realidade virtual, Gazzlers é uma escolha excelente para sua próxima jornada. Então, pegue seus controles, prepare-se para desafios emocionantes e embarque nessa jornada inesquecível com Gazzlers no PlayStation VR 2.

  • Venba e a culinária indiana longe de casa

    Venba e a culinária indiana longe de casa

    No cenário vibrante dos games, poucos títulos conseguem capturar a riqueza cultural de maneira tão singular quanto Venba e sua experiência imersiva da culinária Indiana. Este jogo envolvente transporta os jogadores para a vida de uma família indiana que imigrou para o Canadá, explorando não apenas as delícias da culinária típica indiana, mas também as complexidades de temas como identidade, imigração e conexões familiares.

    Ao adentrar o mundo de Venba, mergulhamos na culinária indiana, preparando pratos autênticos que não apenas parecem bons visualmente, mas também desafiam os jogadores com puzzles relacionados à preparação dessas iguarias tradicionais. A jogabilidade centrada em puzzles não só mantém o jogo desafiador, mas também integra habilmente a narrativa à experiência interativa. Preparar a comida indiana em um país estrangeiro torna-se não apenas uma questão de habilidade culinária, mas também uma forma de matar a saudade de casa, adicionando uma camada extra de significado emocional a cada prato preparado.

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    Comida para a alma

    O aspecto visual de Venba e sua experiência imersiva da culinária Indiana é bem agradável. Longe de buscar realismo gráfico, o jogo abraça uma estética única, apresentando animações ilustradas que cativam e imergem os jogadores em um mundo que dialoga muito bem com a proposta do game. Essa escolha estilística contribui para a atmosfera encantadora do jogo, destacando a beleza das tradições indianas de maneira cativante.

    A narrativa de Venba, enquanto explora as experiências da família imigrante, destaca-se pela sua capacidade de lidar com questões profundas com uma sutileza ímpar. O jogo não apenas narra a jornada dessa família, mas também toca em temas universais de identidade, pertencimento e adaptação cultural. Cada prato preparado no jogo se torna uma peça central para contar essas histórias, criando uma conexão emocional entre o jogador e os personagens.

    Uma narrativa pra dar fome

    Minha experiência com Venba foi verdadeiramente única. Enquanto desvendava os puzzles culinários e explorava as nuances da narrativa, senti-me imerso em uma jornada que não apenas alimentava meu apetite por desafios, mas também alimentava minha curiosidade sobre a cultura indiana.

    Venba não é apenas um jogo; é uma experiência cultural e que deixa uma marca duradoura. Se você busca não apenas entretenimento, mas uma experiência enriquecedora que celebra a diversidade cultural, Venba é uma escolha que não vai decepcionar. Junte-se a esta jornada culinária e emocional que promete encantar e desafiar seus sentidos.

    Venba foi lançado em Julho de 2023 para as principais plataformas, Playstation 5, PC, Nintendo Switch, e consoles Xbox. Eu joguei no gamepass para PC. Assim como o Robotherapy e o The Stillness of the Wind, está apenas em inglês e não tem localização para a língua portuguesa.

  • Robotherapy – Robôs no divã fazendo terapia

    Robotherapy – Robôs no divã fazendo terapia

    Robôs no divã fazendo terapia, tem premissa melhor? Robotherapy nos presenteia com uma história cativante sobre terapia e o que realmente nos torna humanos, mesmo sendo contada por robôs. Como alguém que faz terapia há algum tempo, é impossível não me conectar com o que acontece no jogo. O game foi lançado no começo de Agosto e está disponível na Steam por R$10,89.

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    Robotherapy é um jogo que vai além de apenas entretenimento. Ele nos presenteia com uma história habilmente escrita e repleta de diálogos inteligentes, que nos levam a uma viagem emocional pela mente dos personagens robôs. Através das sessões de terapia dos robôs nesse universo tecnológico, somos levados a refletir sobre nossas próprias experiências terapêuticas e os desafios da vida real.

    Humor ácido no divã

    Uma das características mais marcantes de Robotherapy é o seu humor ácido. Mesmo em momentos em que não “deveríamos” estar rindo, o jogo nos surpreende com diálogos sarcásticos e situações inusitadas. Essa abordagem peculiar cria uma atmosfera única e nos permite lidar com temas sérios de uma forma mais leve e descontraída. Ri alto diversas vezes durante a minha jornada, mesmo sabendo que a temática tratada era profunda.

    Para aqueles que fazem terapia, Robotherapy é um verdadeiro presente. Os diálogos dos robôs no divã fazendo terapia, nos confrontam com questões e dilemas que muitas vezes já enfrentamos em nossas próprias sessões. Justamente por isso a identificação é imediata, e isso torna a experiência de jogo ainda mais gratificante. A sensação de que não estamos sozinhos em nossas lutas emocionais é reconfortante e nos permite rever nossas próprias experiências com um olhar mais apreciativo.

    Robôs humanos fazendo terapia

    Mesmo protagonizada por robôs, a narrativa nos faz refletir sobre o que nos torna humanos. Os diálogos e das situações vividas por esses personagens mecânicos, nos levam a questionar nossas próprias emoções, conexões e vulnerabilidades. É uma oportunidade para olharmos para dentro de nós mesmos e valorizarmos o que realmente importa em nossa jornada como seres humanos.

    Robotherapy é muito mais do que um simples jogo. É uma experiência emocional “fora da caixa” que nos faz rir, refletir e se identificar com os personagens robôs que passam por sessões de terapia. A mistura de um humor ácido com uma narrativa envolvente cria uma atmosfera única e nos permite explorar questões profundas sobre terapia e a nossa própria humanidade. Se você é fã de jogos narrativos que desafiam o convencional, Robotherapy é uma escolha imperdível. Prepare-se para rir, se emocionar e mergulhar em uma jornada memorável!

  • Golf Club Wasteland

    Golf Club Wasteland

    Tacadas de golf embaladas pela melancolia da melhor rádio de Marte

    Nunca joguei Golf na vida real mas guardo ótimas recordações do esporte, desde o meu primeiro encontro com ele, em um Nintendo 8 bits há muito tempo atrás. Além disto, o excelente Golf Story para Nintendo Switch ainda é um dos meus indies favoritos na plataforma. De forma geral, jogos de golf nunca me decepcionaram ao longo do tempo. E foi por conta desse bom retrospecto somado ao excelente estilo visual do game e uma promoção na Steam que decidi experimentar o Golf Club Wasteland.

    Golf Club Wasteland é um desses games difícil de definir, é um sci-fi num futuro distópico em que você é desafiado a completar percursos de golf enquanto ouve uma melancólica rádio e reflete sobre algumas questões relacionadas a humanidade, capitalismo, meio ambiente e esperança. O jogo é relativamente curto, mas assim como o The Stillness of the Wind, as reflexões trazidas vão demorar um pouco pra sair da minha mente.

    A vida humana foi extinta no planeta Terra, e os que puderam pagar fugiram para Marte, sim o capitalismo “venceu”. Agora os escombros no que foi a civilização humana servem apenas como playground para os super ricos eliminarem o tédio da vida marciana jogando golf em cenários que misturam quebra cabeças e as bases do esporte. A atmosfera criada neste game é incrível, tem algo de desolador mas que ainda detém um vislumbre de esperança.

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    “Radio Nostagia From Mars”

    A rádio que é transmitida direto de Marte é um trabalho impressionante e que contribui de forma significativa para a atmosfera do game a para o desenrolar da narrativa. A trilha sonora (disponível nos serviços de streamings) é a rádio, que se comporta como se fosse uma rádio de verdade, com programas, músicas, vinhetas, depoimentos, comerciais. Os depoimentos são absolutamente humanos, possuem sotaques distintos, focos diversos, relatam passagens interessantes da vida humana, destes que conseguiram chegar no planeta vermelho. É muito difícil não se impressionar com a qualidade apresentada pela trilha sonora deste game.

    Gostei muito de pensar questões complexas enquanto lidava com puzzles simples relacionados a golf. Conforme a narrativa se desenrola, a gente vai conhecendo melhor nosso protagonista e percebe um pouco de suas motivações e suas escolhas. Ao chegar no fim do jogo, ele toma uma decisão e ainda me pergunto se ela marca o fim ou o (re)começo da vida dele.

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    alguns encontros tem o poder de alterar os rumos de nossa vida

    Golf Club Wasteland me marcou muito porque não é bem sobre golf, o esporte está ali para nos conduzir à questões e reflexões trazidas pela narrativa e pela trilha sonora, mas não é o prato principal. A direção de arte é muito boa e, eu não canso de repetir, a trilha sonora é memorável.

    Joguei a versão para computador no Windows, via Steam. Comprei o game na promoção e paguei baratinho, apenas R$7,25. Também disponível para Android, IOS, Playstation, X box e Nintendo Switch.

  • The Stillness of the Wind

    The Stillness of the Wind

    Questões complexas atreladas a vida simples de uma senhora.

    O game começa e te bota pra realizar as pequenas ações que fazem parte do dia a dia de Talma, uma senhora que toca uma fazendinha sozinha, em algum canto isolado no meio do deserto. Com um visual bonito e mecânicas simples mas interessantes, como fazer queijo de cabra ou plantar flores e vegetais, logo me prendeu.

    Enquanto experimentava e tentava encontrar a melhor forma de estabelecer uma rotina para nossa protagonista o jogo foi dando mais pistas sobre as peças que compõem sua narrativa. Muitas dessas peças são cartas trazidas pelo mercador que além disso, troca itens úteis pelos que são produzidos na fazenda.

    Quando consegui juntar algumas partes da história contada ali foi que o jogo mudou de rumo e me surpreendeu. Pelas cartas descobrimos que os familiares de Talma a deixaram e foram viver nas cidades, e que têm vidas cheias. Em algumas cartas as consequências (problemas) das escolhas deles são mencionadas claramente ou estão nas entrelinhas. Não pude deixar de pensar no contraste entre os problemas da cidade e a angustia gerada por uma eleição por exemplo com a escolha de se manter ali e viver uma vida simples e pacata no lugar em que se cresceu.

    Lidando com sentimentos

    Avançando no jogo é preciso lidar com o sentimento de perda, da cabra morta pelo lobo ou da horta não regada. O sentimento da impotência ao receber a notícia uma familiar desaparecida e o quanto isso pesa na vida dos outros membros da família. E teve também o peso de ter feito a escolha errada na tentativa desesperada de salvar aquele lugar que é literalmente a vida da senhora.

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    sonho de Talma

    Eventualmente temos acesso aos sonhos de Talma que ajudam a dar o tom da narrativa (eles também seriam um prato cheio para a interpretação de sonhos da psicanálise). Mas na segunda metade coisa fica meio arrastada, já que não há novos elementos na gameplay e a narrativa demanda tempo pra se desenrolar.

    The Stillness of the Wind não é bem sobre o gerenciamento da fazendinha, mas sobre a vida, os caminhos da vida, perdas e sobre a morte. Gostei da ambientação e da narrativa que traz reflexões interessantes, mas reconheço que o ritmo lento não agradaria todo mundo. Além disso, o jogo não tem legendas em língua portuguesa o que o inviabiliza para muita gente.

    O game fez parte da seleção de jogos grátis do Prime Gaming, assinantes do prime vídeo podem resgata-lo sem custo via Twitch / Amazon Games. Joguei a versão para PC, mas o game também está disponível para Nintendo Switch e iOS.

  • Conhecendo Golf Story, o RPG de golf do Nintendo Switch

    Conhecendo Golf Story, o RPG de golf do Nintendo Switch

    Golf Story é uma das boas surpresas indies no Nintendo Switch. Criado pelo estúdio australiano Sidebar Games e lançado com exclusividade no final de Setembro, o game é um RPG que usa golf como tema em uma apresentação retrô linda que dificilmente passaria despercebida.

    O jogo é aventura de um cara que sonha em ser o melhor jogador de golf em um universo que encara este esporte como a coisa mais importante do planeta. A grande sacada deste game é que apesar de você efetivamente jogar partidas de golf, exatamente como manda o esporte, em boa parte do tempo você estará fazendo outras coisas que podem estar ou não relacionadas a golf como: acertar bolas de golf em determinadas áreas por um objetivo qualquer, arremessar discos (frisbiees) ou escavar locais para encontrar fosseis.

    Logo nos primeiros minutos você percebe que as pessoas na melhor das hipóteses te ignoram, mas no geral ou te acham péssimo jogador ou te odeiam por qualquer motivo. E é exatamente isto que move a quest de nosso herói, o desenrolar de sua aventura contra tudo e contra todos é feito através de uma história simples, fácil de acompanhar e com um humor leve, mas que infelizmente não está em nosso idioma.

    Agora você deve estar se perguntando: “tá, mas como eu jogo golf”. As tacadas neste game usam o mesmo esquema do clássico game Golf da era 8-bits. Ao longo de uma barra horizontal na tela um cursor se move rapidamente e é através dele que você controla a força e a precisão da tacada. Além disso, você precisa observar outras coisas como a direção do vento, inclinação do terreno, o tipo de taco e em qual parte da bola você acertará. Parece muita coisa mas é algo bem simples, com apenas algumas tentativas você logo assimila como tudo funciona.

    Você começa o game numa região / cidade chamada Wellworn Grove e terá que fazer várias pequenas quests antes de conseguir deixar essa região, incluindo tentar convencer o treinador local a te treinar. Como todo bom RPG você tem acesso a um mapa que mostra todas as oito diferentes regiões, mas inicialmente elas estão travadas e só são acessíveis através do avanço no game.

    Golf Story é o tipo de game ideal para o hibrido da Nintendo porque é possível realizar quests em poucos minutos ou mesmo tentar acertar umas tacadas de forma aleatória enquanto deixa a história de lado. Tudo isso pode ser feito naquele pequeno espaço disponível em sua agenda como naqueles 10 minutos que sobraram no horário de almoço ou mesmo ao ir ao banheiro 😉

    Vale mencionar que este game usa o HD rumble do joy-con de forma diferente de outros games, é possível sentir a diferença entre tacadas pela vibração do controle, o que é bem legal.
    As primeiras impressões foram boas e por isso seguirei jogando, em especial, porque é algo fácil de encaixar na agenda. Acompanhem o desdobramento da aventura  e outros detalhes no Fora da Caixa.