Tag: Indie

  • Playstation solta detalhes sobre o novo game Alien Rogue Incursion, Hitman e mais

    Playstation solta detalhes sobre o novo game Alien Rogue Incursion, Hitman e mais

    Depois das informações sobre as reduções de preço da linha terem vazado na semana passada. Hoje a Playstation solta detalhes em seu blog de mais informações do tão esperado novo jogo da franquia Alien, do modo VR para Hitman WoA e mais detalhes de três outros títulos para o Playstation VR 2.

    Alien: Rogue Incursion foi finalizado e para celebrar a desenvolvedora Survios, soltou um trailer que nos dá uma ideia do que esperar da narrativa do game, além é claro de mostrar mais da gameplay.

    Por uma feliz coincidência, eu assisti Aliens (1986) dirigido por James Cameron no final de semana. E fiquei absolutamente feliz em ver que o trailer novo mostra uma atmosfera muito alinhada a do filme. E por isso devo dizer que o hype para a aventura da Zula em Purdan no PSVR2 está altíssimo por aqui.

    A Playstation solta detalhes também do tão aguardado modo VR para Hitman World of Assassination no PSVR2 que estava previsto para Dezembro foi adiado para o final de Março de 2025.

    A parte boa é que a IO Interactive confirmou estão integrando mais coisas ao game como recarregamento manual das armas e interações gestuais com diversos itens como hackear computadores ou desligar uma tv por exemplo.

    Para fazer barulho

    Trombone Champ: Unflattened teve sua data de lançamento confirmada. O primeiro game do estúdio Flat2VR chega ao PSVR2 na próxima terça feira, dia 26 de Novembro.

    O game é uma adaptação para VR do jogo de ritmo que fez barulho na steam algum tempo atrás. O lance aqui é tocar trombone de acordo com as notas que aparecem na tela e garantir que o publico presente tenha uma boa experiência.

    Teve o lançamento surpresa de Mare, que já havia sido anunciado antes, mas sem a data de lançamento. A desenvolvedora japonesa Lonekite Games traz o puzzle game para o PSVR2 pelo preço de R$133,90 na ps store brasileira.

    O que mais me chamou a atenção em Mare além de seu universo intrigante foi o uso das características do headset da sony. O game pode ser jogado apenas usando o rastreamento ocular e fiquei bastante curioso pra saber como isso é traduzido na gameplay.

    Por último teve anuncio de jogo novo, Masters of Light chega ao PSVR2 no dia 18 de Dezembro. O game promete ação frenética e combates que demandam foco, estratégia e precisão temporal para atacar ou defender no tempo certo. O jogador precisa fazer gestos com as mãos que utilizar seus poderes mágicos e confesso que isso pode ser interessante.

    A semana começou muito bem para o PSVR2, além do menor preço visto no varejo nacional a black friday está vindo aí e podemos esperar promoções também nos jogos para a plataforma.

  • Two Falls – colonização, povos originários e certezas

    Two Falls – colonização, povos originários e certezas

    Two Falls (Nishu Takuatshina) é uma aventura narrativa em primeira pessoa que retrata os primeiros encontros dos franceses e os povos originários do Canadá. O game apresenta perspectivas diferentes ao nos colocar de forma alternada nos papeis da francesa Jeanne e do caçador Innu Maikan no século 17.

    Ao exploramos a natureza selvagem canadense temos a sensação de que para aprendermos a lidar com situações novas talvez seja necessário questionarmos nossas certezas.

    A desenvolvedora Unreliable Narrators traz o drama de Two Falls para o PC via Steam e Epic Games e promete lançar o game para Playstation 5 e Xbox Series X/S no começo de 2025.

    Two-Falls-Jeanne-Pierre Two Falls - colonização, povos originários e certezas

    Foco na narrativa

    Two Falls é um desses games focados em narrativa, linear e com a tradicional gameplay dos “simuladores de caminhada”. Não há combates ou árvores de habilidades aqui. Por outro lado, as nossas escolhas afetam as personalidades dos protagonistas e como os demais personagens dessa história reagem a eles.

    O game mostra na interface como nossa decisão impactou o personagem, assim que a cena segue. Mas em alguns momentos ele faz piada com a situação e e uma ocasião me fez rir.

    Logo no inicio do game Maikan encontra um rosário, que não significa absolutamente nada para ele. Mas eu escolhi a opção em que ele guarda o item, e o personagem responde a esta escolha com uma fala mais ou menos assim: “Não sei o porquê guardei isso comigo. Talvez eu esteja cansado de ver coisas abandonadas para apodrecer.”

    Para quem gosta de boas narrativas, Two Falls é um prato cheio e de alguma forma raro. O game entretêm mas vai além disso, mostra um pouco da cultura, das tradições e conflitos dos povos que participaram da criação do que conhecemos hoje como uma parte do Canadá.

    A minha sensação é que o jogo anexa a ele um lance meio documentário, que de alguma forma me lembrou o excelente “Never Alone” de 2015 e os povos originários do Alaska.

    Respeito

    O que me impressionou no game é a qualidade da narrativa e, em especial, o respeito com que ela foi feita. E isso deve ser consequência da colaboração de mentes indígenas no desenvolvimento do game. E da consultoria dada pelo conselho dos povos originários. Porque vejo o reflexo desses pontos no cuidado em que as informações e tradições são apresentadas ao jogador.

    Um bom exemplo disso é o codex do game que funciona como uma espécie de compêndio de informações relevantes. E é legal porque cada protagonista tem o seu codex. Nele não só encontramos como um item é visto na perspectiva de Jeanne ou Maikan, mas também temos uma informação real / histórica sobre aquele item.

    Two-Falls-codex-Jeanne Two Falls - colonização, povos originários e certezas
    Two Falls (Nishu Takuatshina) codex

    Além do codex a própria narrativa traz informações relevantes sobre as tradições do povos originários. Especialmente através de Maikan, que com frequência menciona os ensinamentos de seu “bisavô”. Que é como ele se refere a figura do ancião de sua comunidade, um dos grandes responsáveis por manter as tradições e ensinamentos vivos entre as gerações.

    Há sempre algo mais

    Claro que há informações históricas interessantes sobre Jeanne, a francesa que cruza o Oceano para tentar a vida na colônia. E ao contrário do que eu imaginava, ela não é só mais uma europeia com a mente colonialista.

    Uma parte importante da sua história me deixou desarmado logo no inicio do jogo e me fez perceber que Two Falls não é uma história sobre bandidos e mocinhos. E isso se confirma ao longo de toda a jornada, não só pelos protagonistas mas também por outros personagens que encontramos pela jornada.

    Apesar de tratar de um recorte do século XVII, os personagens enfrentem dilemas palpáveis e isso ajudou a me identificar com as suas dificuldades. Em determinado momento Maikan vive o conflito entre o ensinamento de seu povo que prega o perdão e a dificuldade de fazer isso vendo todos problemas que o homem branco trouxe com ele.

    O que é a verdade?

    Gostei muito de ver como os personagens são obrigados a questionar suas próprias convicções durante seu desenvolvimento. Até mesmo nós jogadores somos obrigados a repensar algumas posições quando o game retrata um mesmo evento por diferentes perspectivas.

    Por falar em perspectivas diferentes, Two Falls reforça a ideia de um outro ponto vista ao adotar direção musical e de arte diferentes para cada protagonista. Um exemplo disso é a area litorânea logo no inicio do jogo que ganha detalhes e iluminação bem diferentes dependendo do contexto e de quem protagoniza a cena.

    O game utiliza Unreal Engine 5 e os gráficos estilizados são bons e alguns cenários são muito bonitos. O áudio funciona bem e a trilha sonora traz um contraste interessantes com musicas que me remeteram à natureza e ou xamanismo e as mais tradicionais musicas europeias que de alguma forma já se tornaram comuns pra mim.

    Two-Falls-dark-forest Two Falls - colonização, povos originários e certezas
    Two Falls (Nishu Takuatshina) floresta

    Bug pré lançamento

    Eu tive alguns probleminhas de desempenho pré lançamento. Em uma ocasião a personagem sentou e ficou parada ali após a cut scene, não consegui me movimentar e tive que reiniciar do ultimo check point. E em duas outras ocasiões o game apresentou erro e fechou de vez. Em todos os casos voltei do ultimo ponto de salvamento e segui a jornada.

    Claro que para um jogo narrativo a qualidade do texto é o mais importante e felizmente Two Falls não decepciona. O texto é muito bom e me prendeu por toda a narrativa. Isso sem falar em todas as informações extras disponíveis no codex, que não são necessárias para o desenrolar da história mas ajudam a contextualizar e refletir sobre os desafios das personagens.

    A dublagem é excelente, eu joguei em inglês e o trabalho dos atores aqui é muito bom. O jogo também possui audio em Francês, mas meu conhecimento neste idioma é limitado então decidi ficar com o tradicional mesmo. Infelizmente Two Falls não foi localizado para português brasileiro. Aliás, até o momento o game está disponível apenas em Inglês e Francês.

    Vale a pena?

    Em sua comunicação o game usa a frase “Não existe verdade. Existe apenas percepção.” e este é um ótimo resumo do que mais me marcou nas minhas agradáveis 6hs com a campanha de Two Falls.

    Os desenvolvedores não me pareceram preocupados em entregar uma forma unívoca de ver o problemático período de colonização. Mas sim em apresentar a pluralidade de perspectivas e um pouco dos componentes que fizeram parte daquele período. Desta forma, podemos tirar conclusões por nós mesmos. E pra mim, este é o ponto mais alto do game e por isso o recomendo.

    Eu fiz esta análise de Two Falls (Nishu Takuatshina) com uma cópia de avaliação que recebi dos desenvolvedores. Agradeço a eles por confiarem em nosso trabalho.

  • Aventura de caiaque – análise de Whitewater VR

    Aventura de caiaque – análise de Whitewater VR

    Adam Horvath é o desenvolvedor solo que criou Whitewater VR Extreme Kayaking Adventure. O game promete entregar uma aventura de caiaque nas corredeiras de rios em cenários de natureza incríveis. Tudo isso sem precisar tirar o headset de realidade virtual da cabeça. O game está disponível para PSVR2, Steam VR e deve chegar à Meta Quest no começo de 2025.

    Whitewater VR acaba de chegar ao Playstation VR 2 para rivalizar com o já estabelecido Kayak VR Mirage. Que atualmente faz parte do catálogo da PS Plus Deluxe e tem uma proposta similar. E nesta análise vamos descobrir como a aventura solo do desenvolvedor húngaro Adam se saiu.

    Bastaram algumas remadas com o caiaque para ficar impressionado com o a imersão que a realidade virtual entrega. Movimentando os braços colocamos o remo na água do rio para ganhar velocidade e definir nossa direção. O jogo começa nos colocando para descer a corredeira do rio em meio as montanhas e essa primeira impressão é muito legal.

    Temos que cumprir o primeiro cenário antes de abrir o próximo. E assim vou seguindo, em um ritmo na água mais rápido do que estou habituado com o Kayak VR Mirage. E quanto mais jogo Whitewater VR mais a sua proposta foi ficando clara pra mim.

    O aventura extrema de caiaque não está no titulo do game a toa, este é um game sobre o desafio de descer corredeiras em percursos difíceis localizados em cenários muito bonitos. São cinco locais que foram criados a mão mas que se inspiram em belos locais de beleza natural como cânions no deserto por exemplo.

    Aventura bonita

    Os cenários tem detalhes interessantes como a lava e os restos de um avião caído no mapa da Islândia. Ou ainda as ruínas da civilização antiga no mapa da floresta tropical, que me lembraram do que vi no Camboja. E prepare-se porque no geral são longos e você pode passar um bom tempo remando para completar um cenário de ponta a ponta.

    No modo free ride podemos explorar as corredeiras do rio e sua paisagem em nosso próprio ritmo. Mas é bom notar que estamos numa corredeira, por isso na maior parte do tempo estamos descendo em alguma velocidade.

    A minha aventura de caiaque com o Whitewater VR ainda teve o modo Time Attack em que é preciso correr contra o relógio e completar os trechos dos mapas antes do tempo acabar. A diferença aqui é que posso coletar as caixas flutuando no rio para conseguir tempo extra. Do contrário, só os checkpoints aumentam o tempo disponível para completarmos o trecho.

    O desafios do Time Attack estão divididos em fácil, médio e difícil e aqui é onde está o maior desafio do game. Você só desbloqueia o próximo trecho ao conseguir concluir o anterior e acredite, estes desafios vão te fazer suar. Eu só consegui completar os desafios no nível fácil e molhando a camisa. O de nível médio é realmente desafiador e não venci nem o primeiro trecho.

    O game não está para brincadeira quando se trata de dificuldade e exatamente por isso confesso que é muito satisfatório concluir um trecho e ver seu nome subindo de posição no placar de líderes.

    Suando a camisa

    Falando em placar de líderes eu confesso que se a proposta de Whitewater VR é o desafio e a competição não podermos explorar o placar é frustrante. Só consigo ver nomes mais próximos da minha posição na tabela, não consigo buscar o tempo dos amigos ou ver qual o melhor tempo caso eu não tenha terminado nas primeiras posições.

    Outro detalhe que pode ser aprimorado é o feedback tátil. Fiquei com a impressão das remadas terem sempre uma vibração padrão, não importando a velocidade ou a profundidade. Sem falar que não me recordo do uso do feedback que sentimos na cabeça ao usarmos o PSVR2.

    Visualmente falando o game é bonito, utiliza a renderização dinâmica ocular e roda a 90 FPS nativos no PS5. Mas isso não me impediu de encontrar algumas texturas ruins e ver alguns pop-ups durante minhas descidas nos rios.

    Temos ainda os efeitos não muito convincentes da água espirrada ao bater numa pedra por exemplo. Mas nada que comprometa demais o game, especialmente porque isso nem o Gran Turismo 7 consegue fazer direito.

    Eu tive que alterar as configurações do áudio para chegar no ponto em que eu queria. Especialmente porque apesar deu achar que a música condiz com a proposta do game, o repertório é bem pequeno e a coisa fica repetitiva rápido.

    Outro detalhe repetitivo e que afeta a imersão é que os peixes são os mesmos, não importa em que parte do mundo você está. O game não foi localizado para nosso idioma, mas honestamente falando os menus em inglês não são um grande desafio, já que a coisa toda é bem intuitiva.

    Vale a pena?

    Sim! Eu recomendo Whitewater VR porque o game entrega uma aventura de caiaque desafiadora, que vai te fazer suar a camisa e acima de tudo divertida. Acredito que o jogo cumpra bem o promessa de enfrentarmos corredeiras difíceis rio abaixo em meio a cinco mapas muito bonitos. Além disso acho que seus deslizes não comprometem demais a experiência e podem ser corrigidos com atualizações do desenvolvedor.

    Já que a comparação com Kayak VR Mirage é inevitável eu acredito estarmos diante de propostas diferentes. Enquanto Whitewater VR me parece mais voltado para desafio, energia e adrenalina. Kayak Vr Mirage está mais para contemplação e relaxamento.Visualmente falando Kayak VR Mirage é melhor, por outro lado Whitewater VR tem mais cara de game que a de uma “experiência”.

    Resumindo, apesar de ambos serem sobre caiaque em realidade virtual, temos propostas diferentes para atender demandas diferentes. Se você procura aventura e desafio eu recomendo o Whitewater VR, mas se você quer passear de caiaque e contemplar a natureza eu sugiro ficar com o Kayak VR Mirage.

    Eu realizei esta análise do game no Playstation VR 2 com uma cópia do game gentilmente enviada pelo desenvolvedor. Agradeço o apoio ao nosso trabalho.

    Aventura de caiaque no PSVR2
  • Análise de House Flipper VR no PSVR2

    Análise de House Flipper VR no PSVR2

    House Flipper VR acaba de chegar ao Playstation VR 2 e a melhor forma de definir o game seria dizer que ele é uma espécie de simulador de mãos à obra. A premissa do jogo é te colocar como responsável por reformas, decoração, limpeza e compra e venda de casas. É mais ou menos sobre aquele gostinho bom que alguns adultos sentem ao fazer este tipo de coisa.

    A desenvolvedora independente polonesa Frozen Way trouxe a versão VR da franquia House Flipper para o PSVR2 pelo preço de R$79,90 na playstation store brasileira. O jogo já estava disponível para o primeiro PSVR no Playstation 4 e foi aprimorado na versão para Playstation 5 / PSVR2.

    Eu gosto da diversidade de propostas no PSVR2. Volta e meia me deparo com um game com uma premissa nova e diferente para mim. Por conta de imersão extra da realidade virtual me permito experimentar jogos que provavelmente não daria chance na tela plana.

    A questão que desejo responder nesta análise de House Flipper VR no PSVR2 é se ele funciona.

    Nossa missão durante a campanha consiste em aceitar trabalhos na casa de pessoas aleatórias para conseguir levantar dinheiro. Podemos empregar esse dinheiro para melhorar e decorar nossa pequena casa. Ou ainda, comprar imóveis, trabalhar em sua restauração, limpeza e decoração para depois os vender, por um preço maior, é claro.

    Vassoura virtual

    A diferença ao jogarmos utilizando um óculos de realidade virtual é que ao invés de pressionarmos os botões no controle para realizar a ação na tela. Quando estamos dentro do jogo precisamos mover nossos braços para realizar versões simplificadas das ações no game, como varrer por exemplo.

    Gosto da forma como ao longo das 3hs de campanha vou encontrando mecânicas mais complexas de forma gradativa. Em nossos primeiros trabalhos não temos todas as ferramentas a disposição. Somente ao avançar na campanha é que vamos adquirindo novas ferramentas para adicionarmos ao nosso cinto de utilidades.

    Ao chegarmos na casa em que faremos o trabalho, devemos nos locomover até o ponto no cômodo que necessita da nossa intervenção. Ali, basta acionarmos o relógio em nossa mão direita para verificar a lista de tarefas. Alguns trabalhos demandam a compra de itens e fazemos isso utilizando o relógio da mão esquerda.

    No geral a lista de tarefas define cor da parede, remoção e compra de itens e até instalação de peças mais elaboradas que aparecem ao avançar na campanha. Mas é aqui que comecei a encontrar problemas em nosso simulador de mãos à obra.

    Apesar de ser legal ter a liberdade de organizar os móveis listados na tarefa do jeito que eu acredito ser melhor. O jogo não reconhece se eu simplesmente empilhar os itens no meio do quarto ou deixar mesas e cadeiras de ponta cabeça por exemplo.

    Eu achei a parte gráfica do game muito fraca, especialmente porque o game não se propõe ao realismo. E dá para dizer que algumas texturas aqui seriam ruins já na geração passada.

    o visual desaponta

    Acredito que o jogo não utilize a renderização dinâmica ocular para melhorar a performance gráfica. E o nível do efeito fantasma que encontramos no jogo por conta da reprojeção é alto. Ele fica evidente se deixarmos a lista de tarefas ativada e nos locomovermos pelo cenário.

    O áudio não é ruim, entrega o necessário. Surpreendentemente, há uma pequena parte do tutorial dublada (apenas em inglês) e ela é muito bem vinda, uma vez que o tutorial do game é péssimo. Ele está condensado em pequenas animações que lembram gifs para cada item dentro do menu do jogo.

    E é nesta área que está uma das minhas maiores frustrações com o House Flipper VR. O tutorial as vezes não dá conta de explicar como realizar algo ou utilizar uma ferramenta. E algo que eu deveria fazer de forma simples, se torna complexo demais e me impede de seguir o fluxo da missão.

    E já que estamos falando de frustrações, vamos falar do elefante na sala. Encontrei no jogo diversos bugs, algumas coisas simplesmente não conectam como deveriam conectar. Um exemplo disso é que fui abrir a porta do banheiro da minha casa e sem querer a removi da parede.

    E se isso já não fosse frustrante o bastante, eu não consegui colocar a porta no mesmo lugar. Tentei inúmeras vezes e nada. Vendi o item, comprei novos e tentei diversos deles e nada.

    No geral os controles são um pouco desengonçados, até consigo relevar aqui. Por outro lado, em um simulador de mãos à obra, em que é preciso construir e decorar encontrarmos peças que deveriam se conectar e não se conectam é uma falha difícil de deixar passar.

    Vale a pena?

    Este é o típico game em que eu adoraria deixar um podcast ou um bom disco rolando e me entregar ao prazer de ir cumprindo tarefas sem pensar demais em mais nada.

    Quando House Flipper VR funciona, ele é divertido. E esta é a origem da minha frustração. Eu sei que há um jogo bom aqui, mas infelizmente ele está escondido atrás de problemas como bugs das partes que não se conectam, tutorial ruim e parte gráfica que deixa a desejar.

    Em síntese, no seu atual estado, eu não recomendo o game. A menos que você consiga tolerar as frustrações que mencionei antes. Do contrário, eu esperaria atualizações de correção e melhorias para lidar com os problemas.

    Eu fiz esta análise de House Flipper VR com uma cópia de avaliação no Playstation VR 2. Agradeço aos desenvolvedores por enviarem o jogo para a análise.

    Mãos à obra – análise de House Flipper VR no PSVR2
  • Karma: O mundo sombrio – demo

    Karma: O mundo sombrio – demo

    Na última Steam Vem Aí joguei a demo de Karma The Dark World ( Karma O mundo sombrio ) e fiquei ainda mais intrigado com o game. Escolhi essa demonstração depois de ter me interessado pelo jogo após ver um de seus trailers. E confesso todas as minhas expectativas foram superadas após os cinquenta minutos em explorei um pedaço daquele mundo.

    A desenvolvedora Pollard Studio produziu e a Wired Productions vai distribuir o game que e também será lançado para Playstation 5 e Xbox X. Na pagina do game ele é descrito assim: “Karma: o Mundo Sombrio é um jogo de suspense psicológico cinemático em primeira pessoa, ambientado num mundo distópico e dominado pela Leviathan Corporation. O ano é 1984, o lugar é a Alemanha Oriental e as coisas não são bem o que parecem.

    Na demo encarnamos Daniel, um agente da Leviathan que acaba de acordar na cama de um quarto do que poderia ser um hospital. Ele não sabe onde está e nem o que está fazendo ali. A qualidade do universo criado, texto e a dublagem me prenderam desde o começo do game.

    Ao avançar e ver um pouco mais no mundo me deparei com questões sobre poder de grandes corporações, sobre a mente humana e o que define a realidade. O terror psicológico que encontrei aqui não decepciona e por isso saio da demo com inúmeras questões e bastante empolgado para encontrar as respostas quando o game for lançado.

    Karma O mundo sombrio ainda não tem data de lançamento definida. E por isso você deveria adicionar o game a sua lista de desejos para ser avisado quando o momento chegar. A demo ainda está disponível e ela já vale a pena só pela musica que toca no final.

  • Keep Driving – deixe a estrada te levar

    Keep Driving – deixe a estrada te levar

    Quem ama a estrada sabe que a viagem é mais sobre o caminho que o destino. E quem vos escreve adora cicloviagem e compartilha deste pensamento. Por isso, fui imediatamente fisgado por um game celebra a vida na estrada. Keep Driving une RPG e gerenciamento com combate por turnos para entregar uma aventura bem interessante.

    Eu joguei a demo do game que estava disponível no Steam Vem Aí de Outubro, e fiquei muito animado. Nela é inicio dos anos 2000 e você encarna o papel de estudante em suas férias de verão que decide visitar um antigo amigo que mora distante para jogar videogame.

    Para isso, você pega o Sedan 1981 de seus pais emprestado e deve chegar ao destino em até seis dias. Cruzando o mapa e fazendo o trajeto que quiser, com toda a liberdade para decidir dar ou não carona, fazer trabalhos temporários ou explorar trilhas a pé quando encostar em alguma cidadezinha.

    Na estrada

    Eu fiquei impressionado em como o game conseguiu entregar uma identidade própria e que dialoga muito bem com sua premissa. Exploramos um lindo mundo em pixel art com uma excelente trilha sonora (a rádio do carro) que é composta por bandas indies suecas.

    Enquanto dirigimos pelas estradas aparecem eventos que podem ser apenas reflexões de nosso protagonista, em que devemos escolher uma resposta e isso pode gerar alteração dos status. Ou, eventos que geram “combates” como buracos na pista, trator adiante ou objeto na estrada.

    Loja-Keep-Driving Keep Driving - deixe a estrada te levar

    Combate e gerenciamento

    É estranho chamar de combate a situação de estar atrás de um trator na rodovia, mas jogando isso faz muito sentido. O combate em Keep Driving é feito por turnos e envolve o uso de habilidades e recursos como combustível, energia do motorista e itens.

    Em seu turno você também pode usar as habilidades da galera que está de carona em seu carro. Os danos sofridos podem impactar não só a integridade do carro, mas também o nível de combustível ou o motorista.

    E é aí que as coisas começam a complicar porque é preciso administrar o combustível, o dinheiro, a integridade do carro e as condições do motorista. Porque se qualquer um deles chegar a zero perdemos o jogo.

    Posto-Keep-Driving Keep Driving - deixe a estrada te levar

    Keep Driving une RPG e gerenciamento com combate por turnos para entregar uma aventura que me deixou ansioso para a versão final do jogo. O estúdio sueco Y/CJ/Y ainda não definiu a data de lançamento do jogo. Eu já botei o game na minha lista de desejos e se fosse você o manteria em seu radar também.

  • Tower defense para realidade virtual – Encircled

    Tower defense para realidade virtual – Encircled

    Encircled é um tower defense para realidade virtual que te coloca no papel de uma espécie de guardião espiritual supremo. O game, desenvolvido pela Core Strand, está disponível para os headsets Meta Quest e Playstation VR 2 por dez dólares ou pouco mais de cinquenta reais.

    Em minhas primeiras impressões de Encircled no PSVR2 o jogo demonstrou uma enorme quantidade de camadas estratégicas. Seus guerreiros tem habilidades distintas com forças e fraquezas e podem ser melhorados ao longo das batalhas.

    Para poder adicionar guerreiros ou aprimora-los no mapa é preciso gastar “almas”, que é basicamente a moeda do jogo. Conseguimos mais almas ao destruirmos inimigos durante as ondas. Ao jogar no nível mais fácil, uma partida tem 20 ondas, enquanto no nível padrão são 40 ondas.

    Exército da natureza

    A nossa disposição temos diversos guerreiros disponíveis para impedir os inimigos invadam e cruzem o nosso mapa. O que me chamou atenção aqui é que nosso exército temos animais como: furão, capivara, águia, raposa e tartaruga. O que achei um pouco inesperado, mas de alguma forma condizente com a ambientação e trilha sonora do jogo, toda inspirada no lance do poder da natureza.

    Eu confesso que não costumo jogar tower defense para realidade virtual, então tenho pouca margem para comparação, mas minha impressão foi boa. A parte gráfica simplista não me empolgou. Mas fiquei surpreso com a quantidade de possibilidades e camadas a serem dominadas para vencer o game.

    Além disso, tem o detalhe importante e que diferencia esse game em VR que é a possibilidade de eu, em primeira pessoa, atacar os inimigos com minhas próprias mãos. Temos uma quantidade limitada de energia, e podemos usa-la para atacar os inimigos, como se fossem raios mágicos. Podemos atribuir um atributo elemental ao nosso ataque uma vez que os inimigos podem ser vulneráveis ou imunes a determinados elementos.

    Encircled tem muitas camadas e me parece demandar algum tempo até assimilarmos todas as suas camadas estratégicas. Meu principal incomodo é que o game não te diz tudo, e é preciso aprender algumas coisas na prática, o que pode gerar alguma frustração. Mas para quem quer a estratégia de tower defense para a realidade virtual num preço acessível este indie game pode ser uma opção.

    Eu testei o game para estas primeiras impressões na versão do PSVR2. Agradeço aos desenvolvedores por enviarem uma cópia do game para avaliação.

  • Análise de Max Mustard no PSVR2

    Análise de Max Mustard no PSVR2

    Max Mustard é um jogo de plataforma 3D em que você faz mais que apenas controlar a protagonista em terceira pessoa. Nele você faz parte da aventura e encarnará o papel do navegador, um sidekick valioso e que ajudará Max de dentro do jogo, em primeira pessoa. O grande barato de jogo plataforma em realidade virtual é poder combinar as duas perspectivas. Ficou na dúvida se essa combinação funciona? Siga nesta análise de Max Mustard no PSVR2 para esclarecer.

    Desenvolvido pela Toast Interactive, Max Mustard chegará ao PSVR2 no dia 02 de Outubro, pelo preço de R$159,90. Assinantes da PS Plus que comprarem o game antecipadamente garantem 17% de desconto e o game sai por R$132,71. O game já havia sido lançado para os headsets Meta Quest no começo do ano e também deve chegar a Steam.

    Max-Mustard-Flying_In_Hoverboot_Level Análise de Max Mustard no PSVR2

    Logo ao começar o game a primeira impressão é muito boa, porque os gráficos são ótimos e estão super nítidos. O game roda a 90fps nativo, sem reprojeção e os cenários coloridos ficam muito bem nas lentes do Playstation VR 2. A sensação de estar dentro daquele universo empolgante e a familiaridade com os controles de um jogo plataforma me deixou sorrindo por quase todo o primeiro arco.

    Max é carismática, com sua roupa amarelo mostarda, luvas e botas vermelhas sempre te olha quando passa por perto. O design dos personagens é muito bom e eu confesso que gostaria de passar mais tempo com eles, especialmente os chefes. Os Mudpups, as criaturinhas que devem ser resgatadas durante as fases, são fofinhos demais.

    A aventura

    A campanha está dividida em quatro arcos e mais de quarenta fases diferentes. E eu levei em torno de cinco horas para terminar a campanha e mais uma hora para garantir o troféu de Platina.

    Max-Mustard-Sky Análise de Max Mustard no PSVR2

    Há uma boa variedade no level design, o que garante um bom desafio de plataforma. Em algumas fases e em todas as quatro batalhas contra o chefe os power-ups para o navegador (o jogador em primeira pessoa) são imprescindíveis e bem divertidos de usar.

    Além das fases de plataforma os desenvolvedores inseriram em todos os atos, um desafio em primeira pessoa, em que ganhamos uma recompensa de acordo com o desempenho. E uma espécie de fase bônus, em que o objetivo é pegar o maior número de moedas possível num curto espaço de tempo.

    Por falar em moedas, nós as utilizamos para adquirir e aprimorar habilidades de Max, como aumento da velocidade ou estender a duração propulsores que mantêm nossa heroína no ar por alguns segundos. O curioso aqui é que a possibilidade de girar a nossa câmera com a alavanca controle direito também é um item a ser comprado. Mas confesso que usei pouquíssimo durante a campanha porque a câmera do jogo funciona bem.

    Eu não poderia deixar de mencionar nesta análise de Max Mustard no PSVR2 a homenagem feita pelo estúdio a sua obra anterior, Richie’s Plank Experience, aquela mesmo que nos rendeu diversos memes. Não só gostei do fato dela existir, mas gostei também de sua execução.

    História

    Eu gosto de narrativas elaboradas, mas como já era esperado para um jogo de plataforma, encontramos algo bem básico aqui. Sabemos um pouco mais sobre o que acontece no game através das cartas recebidas depois de cada fase. Podemos ler as cartas na van que serve como base de operações e que contém o mapa onde escolhemos a fase para jogar.

    Max-Mustard-TwistingTower Análise de Max Mustard no PSVR2

    Joguei Max Mustard em inglês porque os desenvolvedores não incluíram nosso idioma entre os disponíveis no game. Mas confesso que as legendas e menus em português brasileiro não farão muita falta. A jogabilidade de plataforma é bem direta e não demanda explicações sofisticadas. E do ponto de vista da história não há nada imperdível.

    O áudio funciona bem, localizamos Mudpups pra resgatar ou localizamos inimigos pela direção do som no jogo. A trilha sonora é boa e variada e no geral se integra perfeitamente bem ao universo. Gosto muito da música The Beat Boxer, que é a música que embala as alterações no cenário de uma fase, um dos que mais gostei.

    Durante a análise de Max Mustard no PSVR2 fiquei com a impressão de que o game tem uma abordagem mais acessível, em diversos aspectos. E neste sentido fiquei desejando que o desafio fosse ainda maior, tanto em dificuldade quanto em duração. O game faz tão bem tantas coisas que é impossível não pensar que o maior problema de Max Mustard é que ele acaba.

    Bom, Max Mustard acabou e aí?

    Eu adorei o jogo. Estar em um universo bonito, cativante e com personagens carismáticos e bem animados foi incrível. Além disso, nossa heroína Max é adorável e realmente torço para que os desenvolvedores deem continuidade a sua jornada.

    A maior prova de que Max Mustard funciona é que ao longo da sua campanha eu fui me recordando de outros grandes jogos de plataforma que me marcaram como Rayman, Crash, Croc, Mario 64. E quando lembrava do fato de estar também naquele mundo, me recordei dos excelentes Moss e Astro bot do PSVR1. Só pra deixar claro, o game é uma recomendação fácil. E para quem curte um bom plataforma, é imperdível.

    nossa análise de Max Mustard no PSVR2

    Agradeço o estúdio Toast Interactive por ter cedido uma cópia de avaliação do jogo para que a análise de Max Mustard no PSVR2 fosse possível.

  • Copycat é sobre vida, gato, abandono e erros

    Copycat é sobre vida, gato, abandono e erros

    Quantas vezes você se perguntou o que se passa na cabeça do seu gato? Eu tenho uma enorme curiosidade de saber o que acontece na cabeça das minhas gatas e como elas veem o mundo. Copycat vai te emocionar com sua narrativa que explora o ponto de vista do gato e sua relação com questões como abandono, vida, pertencimento e lar. E isso talvez ajude a imaginar o que acontece dentro da cabeça de seu pet.

    Em Copycat seguimos a aventura de Dawn, uma gata de abrigo, que é adotada por Olive. Uma senhora com a saúde debilitada, que vive sozinha e está elaborando o luto da perda de seu pet anterior. Uma dos pontos que me chamou atenção no jogo é que a nova “humana” de Dawn é retratada como uma pessoa comum. Nem heroína, nem vilã, uma pessoa com as suas limitações e que erra, mesmo querendo acertar. E é explorando a relação entre gato e um humano (real), na perspectiva do animal, que Copycat vai te emocionar.

    Em breve nos consoles

    O estúdio australiano Spoonfull of Wonder acaba de lançar o game na Steam e promete em breve, também lançar Copycat para Playstation 4/5, Xbox X/S e Nintendo Switch.

    Copycat-image-5 Copycat é sobre vida, gato, abandono e erros

    Copycat é um indie com foco em narrativa, por isso é bom dosar as expectativas em relação a jogabilidade. Você não vai encontrar mundo aberto, árvore de habilidades ou um sistema de combate profundo. Por outro lado, a narrativa tem potencial de te afetar, te fazer sentir e deixar questões em sua mente por algum tempo.

    Vida de gata

    Ao explorar o mundo na pele de um gato você poderá roubar comida de sua tutora, derrubar vasos e muitas outras coisas no chão, miar, subir em árvores, explorar a vizinhança, andar por cercas e telhados, aterrorizar pássaros e enfrentar a gangue de gatos de rua.

    Apesar de podermos controlar Dawn livremente em alguns momentos a maior parte das interações ao longo do game é feita com eventos rápidos ou via mini games.

    Parte técnica

    Copycat não foca em realismo gráfico, a jornada é toda estilizada e me agradou. Especialmente algumas áreas externas que com boa iluminação produzem recortes bonitos daquele mundo. Antes de começar a jogar, selecionei a opção gráfica mais alta e não tive um único problema de desempenho durante a campanha. Tudo funciona como deveria nesta área.

    O áudio funciona bem, a trilha sonora é agradável e condizente com a proposta. Os efeitos são bons, e neste sentido os animais foram bem representados. Gostei da dublagem dos humanos (apenas em Inglês), especialmente da voz dentro da cabeça da Dawn, com seu estilo “narrador de documentário da natureza”. Apesar do áudio estar apenas em inglês, Copycat felizmente possui legendas e menus em português do Brasil.

    Copycat-image-2 Copycat é sobre vida, gato, abandono e erros

    Alerta de spoilers

    O ponto alto do game é sua narrativa e tudo o que ela pode desencadear em nós enquanto jogamos. Copycat vai te emocionar e por isso, se você é sensível a spoilers, recomendo que interrompa a leitura aqui e volte depois de jogar. Apesar de eu evitar grandes spoilers nessa análise do game, é difícil falar da narrativa sem mencionar trechos dela.

    O game começa com a visita de Olive ao abrigo para adoção de um gato (ou seria a adoção da humana por um gato?). Temos aqui seis opções de gatos para escolher, eu acabei ficando com a frajola porque me lembra muito uma das minhas gatas. E pelo que vi é mais uma escolha estética que não tem grandes impactos no decorrer da campanha.

    Ainda no abrigo o game aponta para pontos importantes que ganharão relevância ao avançarmos na campanha. O profissional no abrigo reconhece a senhora como alguém que estava procurando um gato desaparecido semanas atrás. Olive passa mal e precisa de algum tempo para se recuperar. Ela lê e assina o termo de adoção que inclui de forma absolutamente clara as responsabilidades dela como nova tutora daquele animal de estimação.

    No caminho de volta pra casa, enquanto Olive se apresenta para a nova gata ela diz acreditar que só é possível julgar alguém depois de o conhecer. Acredito que Olive diz isso também para o jogador, porque ao longo da campanha fica clara a complexidade das coisas no game.

    Copycat-image-4 Copycat é sobre vida, gato, abandono e erros

    Nem tudo é o que parece ser

    Olive não é o que parece a primeira vista. Por falar nisto, meu sentimento em relação a ela e suas atitudes ao longo do game oscilou um bocado. O comportamento de Dawn nem sempre é por conta do “jeito” dela. Tem ainda a filha adulta de Olive, que não vive com ela, e toma atitudes no mínimo “questionáveis”.

    Ao avançarmos na narrativa, eventualmente descobrimos nuances que explicam algumas coisas. E isso faz com que sejamos obrigados a nos deslocar da posição que havíamos assumido antes, ao julgar o erro de alguém por exemplo.

    Por conta disso, uma boa parte da minha experiência com Copycat foi me perguntar se eu teria feito diferente na posição de alguém que cometeu um erro. E talvez este seja um dos responsáveis para que eu me identificasse cada vez mais com as personagens, porque quem nunca errou?

    Na mente felina

    Copycat-image-1 Copycat é sobre vida, gato, abandono e erros

    Outra parte importante do game é a forma como os desenvolvedores decidem mostrar o ponto de vista da gata. Nosso poder de escolha sobre a personalidade de Dawn é pequeno. Ele se dá nas escolhas dicotômicas, e aparentemente pouco relevantes, quando o jogo nos coloca em alguma situação. No entanto, boa parte da construção dela acontece quando seus pensamentos saltam na tela, pelos seus sonhos e pelo biólogo narrador.

    Imagine a clássica narração de um documentário sobre a natureza. Então, a voz e a forma do narrador se expressar é exatamente esta. Acredito que a utilização do biólogo foi uma excelente escolha porque ao mesmo tempo em que ela nos cabe no contexto de observação animal. Ela também me lembra daqueles momentos em que falamos com nós mesmos dentro da nossa cabeça para nos incentivar. Um exemplo disto seria: “ok derso, faltam só mais três aparelhos para terminar o treino, bora!”.

    Vale a pena?

    Durante as três horas da campanha algumas coisas vão sendo redefinidas, abandono e a ideia de lar são dois exemplos. A forma como as personagens respondem as situações e os erros das outras, é, as vezes, errando também. Isso abre espaço para nos identificar com o que está acontecendo na tela, espaço para sermos humanos. E é utilizando bem este espaço que Copycat vai te emocionar.

    Copycat acabou, e aí? Eu adorei este game! Acredito que ele faz bem o que se propõe a fazer e além disso, aborda a importante questão social de abandono e mal trato animal, tão contemporânea em nosso Brasil.

    Copycat review

    Nossa análise foi realizada no PC com uma cópia de avaliação do game gentilmente cedida pela Spoonfull of Wonder. Agradecemos ao estúdio pelo apoio ao nosso trabalho.

  • Snow Scout chega ao  PSVR2

    Snow Scout chega ao PSVR2

    Lançado dias atrás, Snow Scout chega ao Playstation VR 2 e promete entregar uma aventura em esquis para a realidade virtual. O game mostrou algumas semelhanças com o aclamado indie Firewatch em seus trailers. Por certo eu estava ansioso para jogar e deixar aqui as primeiras impressões de Snow Scout no PSVR2.

    O jogo começa nos situando na história até ali. Você teve anos muito difíceis e decide que precisa de um tempo para se reestabelecer. Encontra em uma vaga de trabalho voluntário e solitário a oportunidade de escapar e se reconectar consigo mesmo fazendo voto de silêncio.

    A caminho da região da estação de esqui no teleférico recebemos orientações sobre o game. O personagem do jogo dá informações sobre o que está no jogo e também fora dele. As configurações de conforto do game e a recomendação para que eu me comportasse como faria na vida real e não como um “gamer”, são exemplos disto.

    A relação com Veronika

    Chegando ao local em que você passará os próximos sete dias somos apresentados a Veronika ou “Vreni”. Ela é sua superior e irá lhe instruir sobre o trabalho. O estúdio alemão Tunermaxx utiliza o mesmo esquema de Firewatch, a conexão por um rádio (walkie-talkie) como única forma de contato com a outra personagem.

    E primeiro lugar sou a introduzido ao meu equipamento: o óculos de realidade aumentada que me dá informações virtuais sobre as áreas e pistas de esqui. Uma mochila, muito próxima da que conhecemos em TWD Saints & Sinners. E um tablet que concentra o log de diálogos, opções do game, informações sobre missões e também serve para fotografar pássaros.

    Depois Vreni me dá instruções para que eu aprenda a esquiar e me deslocar na neve. Felizmente Snow Scout vai ensinando o que é preciso de forma orgânica e integrada a narrativa. Isto ajuda a não quebrar a imersão e reforça a proposta dos desenvolvedores de vivenciarmos o jogo como nós mesmos.

    Imersão nas alturas

    Esquiar demanda energia na vida real! Afinal ao invés de apenas apertar botões para se movimentar é preciso fazer grandes movimentos com os braços, simulando os movimentos reais de esquiar. Essa é uma das vantagens de estar “dentro” do game em realidade virtual (VR). A sensação de estar deslizando na neve morro abaixo e poder girar minha cabeça na direção do barulho de um passarinho é muito legal e imersiva.

    Nas primeiras impressões de Snow Scout no PSVR2 vi uma parte das tarefas que farei ao longo dessa semana de silêncio e neve. Abrir e testar as pisas de esqui, garantir que a área seja segura para turistas, reciclar lixo, observar pássaros, ouvir Vreni e cortar lenha para aquecer a cabana onde passo a noite. Eu adorei este primeiro contato e não vejo a hora de voltar para o meu retiro nos Alpes.

    primeiras impressões de Snow Scout no PSVR2